Cotidiano

Ministro propõe suspensão de demissões da Usiminas por três meses

Miguel Rossetto, ministro do Trabalho e Previdência Social, chamará o presidente da companhia para reunião em Brasília

Publicado em 05/11/2015 às 10:42

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Em audiência ontem em Brasília, o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, informou que vai chamar o diretor-presidente da Usiminas, Rômel Erwin de Souza, para uma reunião na Capital Federal, na qual irá propôr a suspensão das demissões anunciadas na planta da companhia em Cubatão por pelo menos três meses. O ministro também se colocou à disposição para coordenar as ações do ­Governo Federal com outros ministérios no sentido de encontrar uma estratégia de reestruturação da companhia.

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Participaram da audiência a prefeita cubatense, Marcia Rosa, o deputado federal Marcelo Squassoni (PRB), sindicalistas, representantes da Associação Comercial local e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). O grupo foi em busca de medidas capazes de suspender as ações da empresa, que prevê o fim da produção de aço na Baixada Santista e, consequentemente, demissões em massa. Estimativas iniciais dão conta do fechamento de duas mil vagas diretas e mais de 10 mil indiretas de trabalhadores de toda a Região.

O ministro sensibilizou-se com os argumentos e prometeu entrar em ação na negociação com a siderúrgica. “Destruir capacidade produtiva é tudo que nós não queremos. Por isso, vamos solicitar a suspensão das demissões de imediato, para, neste período, debater o assunto com o presidente da Usiminas, que já está sendo convidado para uma reunião no Ministério. Coordenarei ações no âmbito do Governo Federal com o objetivo de reestruturar a companhia e tentar reverter esse processo, ao menos parcialmente”, afirmou Rossetto.

Ministro Miguel Rosseto se propôs a negociar com a empresa (Foto: Divulgação/MTE)

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Squassoni solicitou ao ministro que não conceda suposto pedido recente de empréstimo feito pela Usiminas à Caixa Econômica Federal, de aproximadamente R$ 700 milhões. “Pedimos que o Governo Federal não permita que nenhum banco público empreste dinheiro para a Usiminas até ser resolvido esse problema. Não é certo emprestar dinheiro para a companhia colocar trabalhadores na rua”, ­afirmou o deputado, que já está solicitando a convocação do presidente da Usiminas pela CPI do ­BNDES para obter explicações sobre empréstimos que somam R$ 2,6 bilhões autorizados entre 2006 e 2011 com o objetivo de modernizar as plantas de Ipatinga (MG) e Cubatão.

Zoneamento

Segundo Squassoni, é preciso avaliar com cautela as causas e efeitos da decisão da Usiminas, que ocupa uma grande área em Cubatão, inclusive com operações portuárias. “Não podemos permitir a transformação de uma indústria que dá emprego para tanta gente em um pátio de contêineres. Já solicitei à prefeita e aos vereadores cubatenses a possibilidade de mudar o zoneamento da cidade proibindo que exista uma expansão de porto naquela área”, destacou o deputado.

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Marcia Rosa detalhou ao ministro os impactos negativos do fechamento da Usiminas para a cidade. “Representa o fechamento da cidade. A perda da arrecadação, que hoje corresponde a R$ 93,6 milhões por ano com diferentes tributos, vai impactar no fechamento de escolas, hospitais e no transporte público”.

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