Cotidiano

Milionário é detido por gravação na qual confessa assassinatos

Robert Durst é acusado de ter matado a tiros Susan Berman, filha de um criminoso que atuava como sua porta-voz

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 16/03/2015 às 16:21

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Robert Durst, um milionário de uma das mais ricas famílias dos Estados Unidos, concordou nesta segunda-feira a voltar para Los Angeles, onde pode ser condenado a até 15 anos de cadeia pelo assassinato de três pessoas. Durante a gravação de um documentário a respeito de suas ligações com as três mortes, ele disse - quando estava fora do alcance das câmeras mas com o microfone usado na entrevista - que havia "matado todos eles".

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Durst, de 71 anos, compareceu perante um juiz de New Orleans nesta segunda-feira, depois de agentes do FBI o terem detido, antes de a emissora HBO levar o último capítulo do documentário ao ar, no domingo.

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Ele é acusado de ter matado a tiros Susan Berman, filha de um criminoso que atuava como sua porta-voz. Ele também é suspeito da morte de sua esposa, Kathleen Durst, além de ter sido inocentado anos atrás pela morte de um vizinho idoso no Texas.

No final do documentário, que as autoridades esperam que finalmente o levarão a uma condenação, ele deixa escapar ter "matado todos eles, obviamente".

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A ex-promotora Jeanine Pirro, que reabriu um dos casos contra Durst anos atrás, disse nesta segunda-feira que as próprias palavras do milionário, gravadas durante e após a longa entrevista que ele concedeu à produção do programa, são suficientes para condená-lo.

No final do documentário "The Jinx: The Life and Deaths of Robert Durst'' (Os Jinx: a vida e mortes de Robert Durst, em tradução livre), Durst reconhece semelhanças na letra de uma carta que ele escreveu e outra enviada anonimamente para a polícia de Beverly Hills alertando sobre o cadáver de um amigo. Em seguida, ele foi ao banheiro, ainda usando o microfone.

O que aconteceu a seguir foi algo inesperado. Durst disse, aparentemente para si mesmo, que "é isso, você foi pego" e "Que diabos eu fiz? Matei todos eles, claro!"

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O programa de domingo terminou com várias perguntas não respondidas.

Não estava claro se o cineasta Andrew Jarecki chegou a informar Durst sobre as falas gravadas no banheiro nem o que exatamente o milionário quis dizer com elas ou de que forma os produtores do programa colaboraram com as autoridades.

O advogado de Durst, Chip Lewis, disse que houve uma armação. Ele declarou à Associated Press que Jarecki não deixou claro a Durst que compartilharia a informação com a polícia. Lewis também suspeita que o horário em que Durst foi detido no sábado foi coordenado com as autoridades e com a HBO para que o caso tivesse mais impacto. "É tudo Hollywood", afirmou Lewis.

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Mas a polícia de Los Angeles disse no domingo que a detenção aconteceu como resultado de novas informações obtidas ao longo do último ano. Jarecki declarou ao programa "Good Morning America", da rede ABC nesta segunda-feira que não tinha ideia de que ele seria preso.

Pirro desconsiderou a hipótese de que agentes federais poderiam combinar o horário da prisão com a HBO. "O FBI o deteve porque ele estava em Nova Orleans, com um nove falso, e partiria para Cuba, país com o qual não existe tratado de extradição", disse ela ao programa matinal "Good Day New York" da Fox TV, também nesta segunda-feira.

Jarecki disse ao "Good Morning America" que só ficou sabendo do áudio tempos depois, quando um editor ouviu as falas de Durst. "Foi assustador ouvir", disse o cineasta.

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Pirro afirmou que as palavras podem claramente ser usadas contra o milionário no tribunal. "Foi uma declaração espontânea."

A família Durst tem pelo menos US$ 4 bilhões, segundo a lista dos norte-americanos mais ricos da revista Forbes. Robert Durst está afastado de seus parentes desde que seu pai escolheu seu irmão Douglas para dirigir a empresa da família.

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