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Desde as 7h (11h, no horário de Brasília) desta quinta-feira (7), britânicos se dirigem às urnas para escolher quem será o próximo primeiro-ministro. A votação termina às 22h e os primeiros resultados devem ser divulgados por volta de meia-noite. Cerca de 45 milhões de pessoas se inscreveram para votar. A eleição é distrital e em cada região o candidato a Membro do Parlamento (deputado) mais votado é eleito.
A eleição de hoje deve ser a mais acirrada da história do Reino Unido e o resultado ainda é imprevisível. De acordo com o levantamento divulgado pelo The Guardian, o Partido Trabalhista tem 35% das intenções de voto, apenas um ponto à frente do Partido Conservador, atualmente no governo.
Os dados revelam ainda que partidos menores devem ganhar relevância, influenciando a configuração da política britânica. O Partido Independente do Reino Unido (UKIP, da sigla em inglês), cuja ideologia é desfavorável à imigração e à integração com a União Europeia, aparece com 11% das intenções de voto, à frente do tradicional Liberal Democrata, que tem 9%. O Partido Nacional Escocês (SNP, da sigla em inglês) e o Partido Verde figuram com 5% e 4% das intenções de voto, respectivamente.
De acordo com o sistema eleitoral britânico, para indicar o primeiro-ministro, um partido precisa alcançar 326 dos 650 assentos da Câmara dos Comuns, a casa legislativa de maior atuação no Reino Unido, equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil. Se nenhum partido conseguir a maioria, ocorre uma situação a qual os britânicos chamam hung parliament (parlamento enforcado, em tradução livre). Neste caso, alianças tem que ser feitas para garantir maioria.
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Se não houver acordo para a formação de um governo de coalizão, uma nova eleição pode ser convocada. Na última eleição, em 2010, por exemplo, o Partido Conservador alcançou 306 assentos, contra 258 do Partido Trabalhista, e uma aliança com o Partido Liberal Democrata foi necessária para garantir a governabilidade.
A possibilidade de que alianças tenham que ser formadas com legendas como UKIP e SNP, que tem posições consideradas extremas em relação a temas polêmicos, assusta líderes tradicionalistas. O vice-primeiro-ministro, Nick Clegg, do Partido Liberal Democrata, acha que a presença de grupos minoritários no governo poderia trazer grande instabilidade e levar, inclusive, a uma segunda eleição até o fim do ano.
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Entre as principais propostas que estiveram em debate durante a campanha está a manutenção da política de austeridade econômica e corte nos gastos públicos, adotada por David Cameron e amplamente criticada pelos trabalhistas, que são favoráveis à ampliação do investimento como forma de ampliar o crescimento da nação.
Outra questão polêmica é a proposta de Cameron de promover um referendo, até 2017, para decidir se o Reino Unido deve continuar fazendo parte da União Europeia. Os trabalhistas são contra e afirmam que a proposta é “a receita para o caos”.
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