Cotidiano

Milhares participam de marcha após morte de líder da oposição na Rússia

O presidente Vladimir Putin tem marginalizado e intimidado seus oponentes políticos, com a prisão de alguns e exílio de outros

Publicado em 01/03/2015 às 12:50

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Milhares de pessoas participam de uma marcha pelo centro de Moscou em memória de Boris Nemtsov, líder da oposição assassinado na sexta-feira. A morte do político estimulou membros da oposição do país. A manifestação teve início há pouco.

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A marcha deve chegar à ponte próxima do local onde Boris Nemtsov foi morto. A caminhada poderia energizar a oposição. Por outro lado, ela pode se revelar uma breve manifestação de emoções e, nesse caso, os manifestantes voltariam a se dissipar depois da marcha.

O presidente Vladimir Putin tem marginalizado e intimidado seus oponentes políticos, com a prisão de alguns e exílio de outros. Nemtsov era visto como um dos poucos representantes da oposição a não se intimidar.

Milhares de pessoas participam de uma marcha pelo centro de Moscou em memória de Boris Nemtsov (Foto: Dmitry Lovetsky/Associated Press/Estadão Conteúdo)

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Independente de quem seria o responsável pelo assassinato, o fato sinaliza aos oponentes de Putin que, se Nemtsov pode ser morto por sua atuação política, ninguém está seguro. Como vice-primeiro-ministro durante o governo do presidente Boris Yeltsin nos anos 1990, Nemtsov tinha ligações com a elite política e com o empresariado russo.

O Comitê Investigativo da Rússia afirmou que trabalha com três principais linhas de investigação. A primeira seria a de que Nemtsov foi usado como uma "vítima sagrada" de uma conspiração para desestabilizar o presidente Vladimir Putin. Em outra hipótese, a morte do opositor estaria ligada à crise na Ucrânia. Nemtsov participou de uma manifestação contra o conflito no país nesta semana.

A Comissão de Investigação também considera a possibilidade de a morte ter ligação com extremistas islâmicos. Nemtsov já havia recebido ameaças após expressar opiniões críticas ao atentado contra a revista satírica francesa Charlie Hebdo, em janeiro.

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A polícia também não descarta a hipótese de a morte de Nemtsov ter sido um crime passional ou motivado por concorrentes de suas empresas. 

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