23 de Setembro de 2024 • 02:26
Cerca de 8.500 pessoas se reuniram nesta sábado (5) em Paris em uma manifestação pedindo que a França aumente sua cota de refugiados para tentar diminuir a crise migratória que atinge a Europa.
O protesto acontece dias após a comoção criada pela foto do menino sírio Aylan Kurdi, 3, que morreu tentando cruzar da Turquia para a Grécia. O corpo da criança foi encontrado em uma praia na cidade turca de Bodrum.
Na praça da República, no centro da capital francesa, os manifestantes carregavam cartazes pedindo que o país acolha os estrangeiros afetados por conflitos. Os sírios, assim como Aylan, eram os mais lembrados.
Dentre as mensagens, estavam "Abram as fronteiras", "Direitos de asilos para todos os perseguidos" e "Bem-vindos, refugiados". O ato ganhou o nome de "Não em meu nome", contra a repressão aos imigrantes na Europa.
Circundando a estátua no centro da praça, estava um grupo de dezenas de sírios com bandeiras da oposição e pedindo a saída do ditador Bashar al-Assad. Os ativistas culpam o mandatário e o Estado Islâmico pela morte de Aylan.
As manifestações se repetiram em cidades como Bordeaux, Montpellier, Lyon e Estrasburgo. Os atos foram convocados pelas redes sociais de forma espontânea, mas tiveram a participação de grupos de direitos humanos e sindicatos.
Divisão
Assim como outros países da Europa, a França se dividiu sobre como tratar os refugiados. Grupos de direitos humanos, comunidades de imigrantes e partidos de esquerda defendem que o governo aumente a cota de estrangeiros.
Por outro lado, partidos de extrema-direita e nacionalistas querem aumentar os controles à entrada. Eles argumentam que a imigração provoca mudança cultural no país e aumenta o desemprego e os gastos sociais.
Na última quinta (3), o presidente da França, François Hollande defendeu a criação de cotas obrigatórias entre países da União Europeia para dividir a tarefa de ajudar os que precisam de proteção.
O bloco de 28 países aprovou no mesmo dia a divisão de 100 mil refugiados´ entre os Estados. Países mais afetados pela crise, como Hungria, Grécia e Itália, porém, querem que a maior parte deles seja destinada a Alemanha e Reino Unido.
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