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Levar às crianças do Núcleo de Educação Infantil Municipal (Neim) Suely Maria da Silva uma ferramenta que desperta a criatividade e aguça os sentidos, foi o objetivo da pedagoga da unidade, Adriana Maria Garcia Maia, ao trazer a chamada Mesa Luminosa, de Loris Malaguzzi, ao Neim. A experiência já acontece há três meses, com o apoio da Prefeitura de Guarujá.
A inspiração de Adriana surgiu com a participação do curso de Ensino à Distância (EAD) promovido pela Secretaria Municipal de Educação, que dá aos professores a possibilidade de desenvolver métodos educacionais por meio do método Reggio Emillia. “Na primeira semana do curso já fiquei empolgada. Ah! Eu quero essa mesa!”, conta Adriana.
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A pedagoga explica que a invenção da Mesa Luminosa aconteceu na Itália, em Villa Cella, cidade próxima à Reggio Emilia: “Quando devastada pela 2ª Guerra Mundial, a comunidade resolveu criar uma creche com a ajuda de Loris Malaguzzi, o pedagogo que criou a abordagem de ensino Reggio Emilia”, justifica. A técnica valoriza a representação simbólica – artes, pintura, música – como ferramentas primordiais no aprendizado.
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Da mesma maneira que Villa Cella, a professora criou uma Mesa Luminosa com a ajuda da comunidade. Ela conta que “O dono da Vidraçaria Perequê deu o vidro, o da Marcenaria Looga fez uma caixa de madeira para mim e o auxiliar de serviços gerais da creche ajudou na parte elétrica”, diz Adriana. A orientadora educacional Sílvia Regina Tarello, do mesmo Neim, admira a atitude da professora: “Ela chegou aqui no Neim toda animada”, conta.
As atividades com a ferramenta ora são elaboradas, quando a pedagoga ensina sobreposição de cores, com papel-celofane, por exemplo, ou, são livres, quando os alunos escolhem o que quiserem. “Nós demos uma volta no jardim da creche, eles recolheram galhos, folhas, pedras, para a disciplina de elementos da natureza”, explica a professora Adriana.
Guilherme, de três anos, diz que o elemento da natureza que mais gosta de usar na mesa são “as pedras coloridas”. Adriana justifica a escolha da ferramenta: “É diferente de uma mesa comum, porque dá um visual diferente”. Já o aluno Fernando, de quatro anos, usa a imaginação. “Estou fazendo um castelo com a areia”, diz o pequeno. A orientadora Sílvia comenta: “Ele é bastante elétrico, gosta de desafios, então a mesa prende a atenção dele”.
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Conhecido como faz-tudo, o auxiliar de serviços gerais José Carlos dos Santos ajuda na fabricação dos brinquedos e ferramentas educativas da creche. “Ele é um guerreiro, vem de lá da trilha da Prainha todos os dias para trabalhar”, conta Adriana.
José Carlos foi quem pintou o fundo da mesa de branco, melhorando o efeito de iluminação, instalou as quatro lâmpadas fluorescentes doadas pela professora Adriana e também cortou e instalou canos de PVC nas paredes para as crianças usarem como um tubo de bolinhas. “Não é a função dele, mas ele está sempre nos ajudando nas confecções”, diz a pedagoga.
A veia artística de José Carlos vem do pai, que era artífice, que segundo ele “é uma antiga profissão de quem tem várias habilidades como um faz-tudo. Eu faço porque eu adoro essas crianças. Todos esses trabalhos são para beneficiar as crianças mesmo”, afirma José.
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