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A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, rebateu críticas sobre a maneira como o governo e o serviço de inteligência do país lidaram com o escândalo de espionagem dos EUA. Segundo Merkel, é necessário mais tempo para conseguir respostas dos norte-americanos sobre detalhes exatos das alegações.
Já como as eleições devem acontecer em apenas nove semanas, a chanceler está sob pressão para explicar como seu governo vai reagir a afirmações de que a Agência de Segurança Nacional dos (NSA, na sigla em inglês) tem monitorado as comunicações dos alemães e espionado instituições europeias.
Proteção de dados é uma questão espinhosa na Alemanha devido a lembranças de abuso de privacidade da Gestapo nazista e da polícia secreta da Alemanha Oriental comunista, a Stasi. Merkel reiterou em várias ocasiões que "a lei alemã se aplica em solo alemão."
Merkel disse que seu governo tem "100% de interesse" em obter respostas sobre o escândalo, apesar de a chanceler não ter dado um prazo sobre o tema.
Ela levantou a ideia de criar uma cooperação a nível europeu em termos de proteção de dados e armazenamento de dados em nuvem. Contudo, ela disse que a criação de normas internacionais nesta questão é uma "tarefa difícil" e ressaltou que seus poderes em termos de proteção de dados e privacidade não se estendem para além das fronteiras da Alemanha.
Notícias do programa PRISM e outros esforços de coleta de dados da NSA tem aparecido em um momento inoportuno para Merkel por causa da aproximação das eleições. Uma viagem do ministro do Interior, Hans-Peter Friedrich, a Washington para exigir respostas sobre o PRISM produziu poucos resultados concretos. No entanto, ela expressou sua "total confiança" nos seus ministros nesta sexta-feira.
Ao insistir que descobriu através de jornais sobre as alegações de que a NSA havia espionado instituições europeias, Merkel também levantara questões sobre a competência do serviço secreto alemão. A oposição acusa Merkel de não ser sincera com os eleitores sobre as informações que o governo possui em relação a suposta espionagem.
Ainda assim, uma pesquisa publicada na quinta-feira pela N24 e pela Emnid sugeriu que o escândalo não deve afetar as chances de reeleição de Merkel. Apenas 12% dos cerca de 1.000 eleitores entrevistados acharam críveis as críticas da oposição, enquanto outros 75% acharam que elas fossem uma tática de campanha.
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