EDUCAÇÃO

Mensalidades escolares devem ficar até 12% mais caras em SP

Pais ou responsáveis têm até o dia 15 de dezembro para negociar a renovação ou novas matrículas para 2023

Da Reportagem

Publicado em 03/11/2022 às 15:14

Atualizado em 03/11/2022 às 15:15

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Brasil tem cerca de 6,5 milhões de alunos matriculados na educação básica privada / Rovena Rosa/Agência Brasil

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As mensalidades escolares devem ter reajuste acima da inflação este ano, de acordo com o Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo), que representa as escolas particulares paulistas. O índice de reajuste deve ficar entre 10% e 12%, segundo o sindicato, ao passo de que a inflação acumulada está em 8,47%. 

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Entre os motivos para o aumento, as escolas alegam defasagem nos valores das mensalidades durante a pandemia e alta na inadimplência. Apesar do cenário, uma pesquisa mostrou que muitas estão oferecendo descontos para manter os alunos, segundo informações do portal R7.

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Como falta pouco mais de um mês para o fim do ano letivo, pais e responsáveis que têm alunos em escolas particulares têm até o dia 15 de dezembro para negociar a renovação ou novas matrículas para 2023. 

O sindicato explica que cada estabelecimento pode definir seu índice de reajuste, com base em planilha de custos, atendendo a uma lei federal. "As escolas particulares são o único segmento que tem seus preços controlados no Brasil e só podem reajustar uma vez por ano, por isso não podem errar. Não existe escola com boa qualidade pedagógica se não tiver uma boa saúde financeira", diz o presidente, Benjamin Ribeiro da Silva.

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O Brasil tem cerca de 6,5 milhões de alunos matriculados na educação básica privada em pouco mais de 40 mil escolas. Destes, mais de 2 milhões estão no estado de São Paulo. 

Uma das principais consultorias em gestão educacional, o grupo Rabbit, calcula que as mensalidades vão ter reajuste médio de 10,9% neste ano. O valor é mais que o dobro dos 5% observados no reajuste do passado, ainda sob os efeitos da pandemia de Covid-19. Em 2020, fase mais aguda da pandemia, o reajuste médio ficou em 4%. Em 2019, havia sido de 9%.

Descontos

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A maioria das escolas que trabalham com educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, já definiu os reajustes, segundo o consultor e CEO do Rabbit, Christian Coelho. Uma pesquisa realizada pela consultoria mostrou que mais de 80% das escolas ofereceram ou pretendem oferecer descontos no pagamento da primeira mensalidade, como forma de amenizar a situação financeira dos pais no início do ano. O levantamento envolveu 263 escolas de vários estados brasileiros, incluindo São Paulo.

Os reajustes deste ano ainda são reflexos da pandemia, uma vez que muitas escolas  tiveram de adquirir equipamentos e se adaptar às formas digitais de ensino. A inadimplência também impactou, chegando a 11,1% em julho. A média histórica de inadimplência, considerando os dez últimos anos, é de 5,5%. 

O CEO da Rabbit explica também que os donos de escolas temem subir muito as mensalidades e aumentar o endividamento dos pais e responsáveis. "A inadimplência no setor tende a diminuir no fim do ano, porque os pais precisam estar em dia para fazer a matrícula dos filhos. O problema é que o caixa financeiro das escolas já foi afetado por essa flutuação nos pagamentos", explicou.

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Cenário político

Já o presidente do Sieeesp afirma que as novas mensalidades podem ser influenciadas pela mudança no cenário político. "Enquanto o quadro político não for apaziguado, e neste momento tivemos aí uma greve de caminhoneiros, o cenário econômico não se estabiliza. Por isso, e também porque muitas escolas não conseguiram recuperar os investimentos feitos durante a pandemia de Covid-19, estamos prevendo que o índice de reajuste vai ficar entre 10% e 12%", disse.

Silva diz ainda que o aporte maior de matrículas vem das classes C, D e E, que já têm mensalidades mais baixas, com pouco espaço para negociação. "Recomendamos que as escolas busquem opções, até dividindo o valor da unidade em mais parcelas para que os pais consigam pagar. Não é hora de virar as costas para ninguém", afirmou.

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