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O MEC (Ministério da Educação) criou um grupo de trabalho para propor "mecanismos de inclusão" de estudantes pretos e pardos em cursos de mestrado e doutorado no país.
A análise deve se estender ainda a indígenas, estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades, de acordo com portaria publicada nesta terça-feira (15) no "Diário Oficial da União".
Farão parte do grupo servidores do MEC, Capes e CNPq -agências federais de fomento à pesquisa- e integrantes de entidades como ABPN (Associação Brasileira de Pesquisadores Negros) e ABC (Academia Brasileira de Ciências).
Ronaldo Barros, secretário de ações afirmativas da Secretaria da Igualdade Racial, defende a adoção de cotas na pós-graduação, a exemplo do que foi feito no processo seletivo das universidades federais e de concursos públicos da União.
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"As políticas afirmativas não se opõem à qualidade. Hoje você tem uma demanda, um público em condições de acessar essas vagas", diz. Ele elogia o modelo adotado neste ano pela UFG (Universidade Federal de Goiás).
A instituição definiu reserva de 20% das vagas de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) para pretos, pardos e indígenas. Esses candidatos também disputam as vagas da ampla concorrência -se classificados nessa seleção, não são computados nas vagas reservadas.
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Ao contrário das cotas na graduação, Barros não vê necessidade de que o candidato tenha feito ensino médio ou superior em instituição pública. "Seria injusto impedir que alunos do Prouni fossem impedidos de ter acesso", afirma, em referência ao programa de concessão de bolsas para alunos de baixa renda cursarem ensino superior em escolas privadas.
Assinada pelo ministro Renato Janine (Educação), a portaria define prazo de quatro meses para conclusão dos estudos do grupo.
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