Cotidiano

‘Marretaço contra higienismo’ acontece em Santos

O Governo Rogério Santos (PSDB) argumenta que as pedras servem para evitar a permanência e trânsito de pedestres, garantir a segurança do viaduto e inibir a parada proibida e estacionamento irregular de veículos

Carlos Ratton

Publicado em 07/02/2021 às 15:51

Atualizado em 07/02/2021 às 18:32

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Por volta das 9 horas, cerca de 10 jovens, com marretas na mão e contrárias à já conhecida ‘arquitetura da exclusão’, se espelharam no gesto do padre Júlio Lancelotti. / Divulgação

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A instalação de pedras sob o viaduto de entrada de Santos para impedir que pessoas em situação de rua se abriguem – iniciativa da Prefeitura de Santos reportada com exclusividade pelo Diário do Litoral, nos últimos dias 3 e 4, gerando milhares de visualizações nas redes sociais - acabou incentivando o ‘marretaço contra o higienismo’ hoje.

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Por volta das 9 horas, cerca de 10 jovens, com marretas na mão e contrárias à já conhecida ‘arquitetura da exclusão’, se espelharam no gesto do padre Júlio Lancelotti, conhecido por seu trabalho social com pessoas em situação de rua e carentes e resolveram fazer uma ‘performance’ pacífica – simularam quebrar as pedras - para demonstrar a falta de sensibilidade de políticas públicas do Governo municipal para lidar com a miséria.

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A Polícia Militar e Guarda Municipal foram acionadas e levaram cinco jovens para a Delegacia Central, sob alegação de depredação de patrimônio público, o que não aconteceu. Todos foram liberados por volta das 13 horas após assinarem apenas um termo de declaração. Eles não foram autuados.

Um dos participantes, o estudante Héric Moura Rodrigues, disse à reportagem que o movimento foi formado via redes sociais e de pessoas indignadas com a iniciativa. “Colocar pedras não resolve o problema social e só expulsa as pessoas que mais sofrem com a pobreza profunda que aumenta no Brasil. Nossa ação foi puramente de cidadania. Não vamos parar enquanto as pedras estiverem sob o viaduto”, afirma.           

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Em São Paulo, a colocação de pedras sob viadutos causou desgaste à Administração Bruno Covas (PSDB) que alegou desconhecer a iniciativa, demitiu o responsável pela iniciativa e retirou as pedras. 

Em Santos, o Governo Rogério Santos (PSDB) argumenta que as pedras servem para evitar a permanência e trânsito de pedestres, garantir a segurança do viaduto e inibir a parada proibida e estacionamento irregular de veículos.  

No viaduto sobre o túnel ao lado da Rodoviária também ocorre o mesmo. Cerca de 868 pessoas estão em situação de rua em Santos, conforme censo de dezembro do ano passado.

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