Continua depois da publicidade
Centenas de manifestantes voltaram às ruas de Beirute, no Líbano, neste domingo pelo segundo dia seguido de protestos contra o que chamam de "governo de lixo, corrupção e ladrões".
Pressionado, o primeiro-ministro Tammam Salam afirmou em entrevista a jornalistas que o direito de se manifestar é protegido pela Constituição e que está pronto para dialogar.
Os protestos contra corrupção do governo foram motivados por uma crise de coleta de lixo que vivem algumas zonas do Líbano há cerca de um mês. Esta, por sua vez, começou após o fechamento do despejo de Naame, em 17 de julho, e o fim do contrato com a sociedade Sukleen, encarregada de coletar o lixo.
Isto afeta sobretudo as regiões de Beirute e Monte Líbano, no centro do país, e até agora o governo fracassou em encontrar soluções alternativas devido às divergências entre as forças políticas.
Continua depois da publicidade
Neste sábado (22), o protesto acabou em confronto entre os manifestantes e a polícia que deixou ao menos 35 feridos, segundo balanço oficial. O porta-voz da Cruz Vermelha libanesa, George Kattaneh, diz que ao menos 55 manifestantes e policiais ficaram feridos e foram levados para hospitais. Outros 70, afirma, foram tratados no local.
A imprensa libanesa relata que os agentes utilizaram gás lacrimogêneo, canhões de água e bombas de som para dispersar o protestos.
Continua depois da publicidade
Os manifestantes, contudo, decidiram permanecer no local e muitos passaram a noite em tendas instaladas no centro de Beirute. Neste domingo, outros manifestantes se uniram ao ato.
No dia 19, outra manifestação similar deixou dois feridos entre os manifestantes e está previsto outro ato para a próxima terça-feira (25).
Aos jornalistas, o premiê afirmou que vai responsabilizar os agentes responsáveis pela repressão violenta aos atos. "Qualquer um que agiu de uma forma que tenha ferido ou causado danos a estas pessoas será responsabilizado", disse. Enquanto isso, do lado de fora do prédio, cerca de cem manifestantes gritavam "saia, saia".
Continua depois da publicidade
Salam disse ainda que se a próxima reunião do Gabinete, marcada para quinta-feira (27) não for produtiva, não haverá necessidade de um conselho de ministros -declaração que foi vista como indicação de que Salam está disposto a renunciar se a crise não se resolver.
O Líbano tem um sistema político de divisão de poder que garante representação igualitária aos principais sectos religiosos do país, organização que frequentemente leva à paralisia nas decisões. O país não tem um presidente desde maio de 2014 diante da incapacidade do Parlamento de obter quórum suficiente para eleger um nome.
Os moradores de Beirute começaram a queimar lixo nas ruas ou jogá-lo em vales, rios e perto do mar, o que levantou risco de uma catástrofe sanitária. Um grupo on-line autointitulado "Você fede" e outros grupos civis organizaram os protestos e planejam ocupar a região próxima à sede do governo.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade