A Baixada Santista não acompanha a melhora da qualidade das praias de todo o Litoral Paulista durante o ano, segundo balanço realizado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). De acordo com levantamento da Cetesb, a quantidade de praias consideradas ótimas, em todo o Litoral, quase quadruplicou — foi de 3% para 11%. No entanto, na Região, só uma praia tem essa classificação: Guaratuba, em Bertioga.
O balanço é feito com base nas medições realizadas semanalmente, durante o ano inteiro. A classificação da Cetesb em ótima, boa, regular, ruim e péssima leva em conta o tempo que cada praia esteve própria ou imprópria para banho nas medições semanais. Uma praia péssima é a que passou mais da metade do ano com bandeira vermelha. A boa, por sua vez, teve bandeira verde todo o tempo.
De oito cidades da Região (o Rio Perequê, em Cubatão, não entra no levantamento), apenas em Bertioga 100% das praias atingem classificação ótima ou boa. Os outros municípios têm praias de qualidade regular, ruim ou péssima. Em Santos, todas as praias passaram de péssimas para ruins, menos Ponta da Praia, que continua na pior categoria. No Guarujá, Astúrias, que era boa, agora é considerada regular por ter ficado doze semanas imprópria.
A bióloga do setor de águas superficiais da Cetesb Carla Pinto explica que, durante todo o ano, são realizadas normalmente 52 coletas por praia. Em comparação ao balanço feito em 2011, o índice de praias que permaneceram próprias de janeiro à última semana de novembro, período considerado no levantamento, aumentou de 6 a 10% na Baixada.
Bióloga alerta para riscos de doenças
A bandeira vermelha deve significar um alerta para o turista ou morador da Região que pensa em se banhar. Mas, com as altas temperaturas durante o verão, muitos ignoram o aviso da balneabilidade da praia e refrescam-se no mar classificado como não adequado para banho.
Na análise da coleta realizada no período de amostragem de 2 a 10 de dezembro, 11 praias da Região estavam em condições impróprias para banho. No Guarujá, a do Perequê; em São Vicente a da Divisa, Ilha Porchat, Milionários e Prainha. Já em Santos, outras quatro: Aparecida, Boqueirão, José Minino - R. Fred. Ozanan, e Ponta da Praia. Por fim, em Praia Grande, não recomendadas eram as praias de Vila Mirim e Real.
A bióloga Carla Pinto alerta para os riscos à saúde do banhista que insiste em nadar no mar impróprio. Segundo ela, o mais comum é acontecer uma inflamação no estômago, através de um vírus, chamado gastroenterite. Os sintomas mais aparentes são vômito e diarreia. Mas, além disso, o banhista pode contrair doenças de pele, hepatite A e até mesmo cólera. “É importante que a pessoa que quiser nadar, entre no site da Cetesb (www.cetesb.sp.gov.br) para ver aonde a água está própria para banho, e então decidir seu destino”, ressalta Carla.
A bióloga explica que a propriedade da água é estabelecida de acordo com a quantidade de microorganismos indicadores de poluição fecal. “Toda quarta-feira, o mapa de praias no site (da Cetesb) é atualizado”.
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