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O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, foi à TV na noite de segunda-feira para pedir calma aos venezuelanos após um dia marcado por uma corrida de consumidores às lojas do país. Foi o quarto dia seguido de corrida dos venezuelanos para esvaziar prateleiras após o governo ter assumido o controle de uma série de varejistas de eletrodomésticos na semana passada.
No pronunciamento, transmitido nacionalmente, Maduro acusou agitadores da oposição de se infiltrarem nas longas filas que se formaram em várias cidades para tentar incitar a violência. O presidente venezuelano apelou a dezenas de milhares de milícias de voluntários civis para ajudar as forças de segurança a controlarem a multidão.
"Fiquem calmos, esses produtos vão permanecer onde estão", disse Maduro, acrescentando que não permitiria sob nenhuma circunstância que as empresas extorquissem os consumidores novamente. "Não há necessidade de dormir do lado de fora das lojas. Ninguém deveria se desesperar. Ninguém precisa ficar ansioso", pediu o presidente venezuelano.
A tensão se espalhou por boa parte do país desde que Maduro assumiu o controle, na semana passada, de diversas redes varejistas de eletrodomésticos sob acusação de elevarem preços para gerar descontentamento e desestabilizar seu governo. Ontem, o governo expandiu a intervenção para empresas que vendem roupas, sapatos, brinquedos, alimentos e automóveis, todas por terem registrado aumentos de preços alinhados com a forte depreciação da moeda venezuelana no mercado paralelo local.
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Maduro, que encaminhou um projeto à Assembleia Nacional que lhe confere poderes especiais para aprovar projetos por decreto, anunciou ontem que também vai fixar "limites porcentuais para os lucros em todos os setores da economia" se os parlamentares lhe concederem tais poderes especiais. Ele também disse que está criando uma promotoria especial para investigar empresários por "roubo e usurpação do povo".
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