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O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva negou nesta terça-feira, 29, que o Partido dos Trabalhadores tenha se recusado a assinar a Constituição de 1988, no processo constituinte. "Chegamos aqui com um projeto de Constituição e com um projeto de regimento interno", afirmou o ex-presidente. "Até brinquei outro dia que se ela (a Constituição proposta pelo PT) tivesse sido aprovada, eu teria um pouco de dificuldade de governar o País", pontuou Lula. "O dado concreto é que nós não votamos favorável à Constituição porque tínhamos o nosso projeto, mas assinamos por termos participado (do processo constituinte)".
Durante cerimônia em comemoração aos 25 anos da Constituição, que ocorre neste momento no Plenário do Senado Federal, o ex-presidente Lula afirmou também que grande parte das políticas sociais colocadas em prática pelo seu governo (2003-2010) estão contidas na Constituição de 1988. "E esta Constituição continua sendo seguida pela presidente Dilma (Rousseff), que está aprofundando o combate à miséria neste País", completou.
Lula encerrou seu breve discurso fazendo uma homenagem à atuação do ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) durante o período da Constituinte. "O presidente não é dono do País e tem um mandato com prazo de validade". Ele fez também uma crítica àqueles que "desprezam" ou "avacalham" a política, citando inclusive a imprensa. Segundo ele, caso as pessoas lessem biografias de figuras históricas, como Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, elas "não iriam desprezar a política e, muito menos, a imprensa iria avacalhar a política como avacalha hoje".
"Não há um momento da história, em lugar nenhum do mundo, em que a negação da política trouxe algo melhor do que a política", afirmou Lula. "O que aparece sempre quando se nega a política é um grupo ou uma pessoa praticando, na verdade, a ditadura", concluiu.
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