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O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, negou ontem (12) que o governo pretenda fazer qualquer campanha para incentivar a redução do consumo de energia. “Nós combatemos o desperdício. Existe muito desperdício no país. Mas nós não queremos propor que as pessoas parem de consumir o que precisam”, disse após palestra na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Lobão voltou a descartar qualquer risco de racionamento de energia elétrica no país. “Não trabalhamos com nenhuma possibilidade de racionamento”. Segundo ele, nem a estiagem na Região Sudeste ameaça o sistema elétrico brasileiro. “Tivemos um pique de demanda recentemente. Todavia, o sistema reagiu positivamente. Não temos nenhuma preocupação com a demanda, mesmo que persista a falta de chuva”, acrescentou.
A seca dos últimos meses no Centro-Sul é prova, na avaliação do ministro, da solidez do sistema. “No Sudeste, região onde se concentra a maioria dos reservatórios das grandes hidrelétricas, a falta de chuva chegou a comprometer o abastecimento de água das grandes cidades, como São Paulo. Nem por isso o sistema se abalou”.
De acordo com o ministro, o país tem segurança energética por causa dos investimentos feitos no setor nos últimos anos. “Temos segurança de que não haverá problemas no setor elétrico porque estamos investindo maciçamente nele”, declarou. Segundo Lobão, R$ 60 bilhões serão destinados a geração e transmissão apenas neste ano: “Teremos nos próximos anos energia em quantidade e qualidade para o Brasil crescer e se desenvolver sem sobressaltos”.
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A garantia do fornecimento vem, de acordo com Lobão, não só da ampliação da oferta, mas também da diversificação das fontes e interligação do sistema de transmissão. “Se faltar energia no Sudeste, podemos trazer energia do Norte ou de outra região”, exemplificou.
O secretário executivo do ministério, Márcio Zimmermann, destacou que o consumidor não deverá ser afetado por uma alta súbita no preço da conta de luz, mesmo que seja necessário colocar em funcionamento mais usinas térmicas. De acordo com ele, o fato de as termelétricas funcionarem em momentos de estiagem estabiliza os preços em relação a outros países que dependem exclusivamente dos combustíveis fósseis para a geração de energia.
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“Na maioria dos países, você está falando em geração térmica direta, com combustível em preços internacionais. No Brasil, temos esse benefício de ter [usinas] térmicas que não operam quando há muita água. O que temos é um sistema otimizado, e os preços já estão considerados na característica do nosso sistema”, explicou Zimmermann.