Cotidiano

Líder da oposição síria critica premiê turco

Kemal Kilicdaroglu, acusou Recep Tayyip Erdogan de intensificar as tensões e arrastar o país "para o fogo"

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 10/06/2013 às 16:00

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O líder do partido de oposição da Turquia, Kemal Kilicdaroglu, acusou, nesta segunda-feira, o primeiro-ministro do país, Recep Tayyip Erdogan, de intensificar as tensões e arrastar o país "para o fogo". Os protestos contra o governo já deixaram três mortos e chegaram ao 11º dia hoje.

Erdogan liderou uma reunião de gabinete para discutir os protestos, o primeiro grande desafio de seus dez anos de governo No domingo, ele fez uma série de discursos inflamados em três cidades, dizendo que a paciência do governo está acabando, exigindo o fim das manifestações e ameaçando os que não respeitam seu governo.

Erdogan também convocou grandes manifestações a favor do governo em Ancara e Istambul no próximo final de semana, aparentemente com o objetivo de intimidar os manifestantes ao mostrar que ele, também, pode levar um grande número de pessoas para as ruas.

O líder do Partido do Povo Republicano, Kemal Kilicdaroglu, pediu à Erdogan que reduza as tensões no país, segundo a edição desta segunda-feira do jornal Hurriyet. "Por que o primeiro-ministro está sendo tão inflexível em relação a seu povo? Ele não deveria fazer isso", disse Kilicdaroglu. "Estamos vendo um primeiro-ministro que está tentando se manter no poder com a criação de tensões", afirmou ele, acrescentando que "uma polícia que alimenta as tensões vai levar a sociedade para o fogo".

Kemal Kilicdaroglu criticou o premiê turco Recep Tayyip Erdogan (Foto: Divulgação)

Dezenas de milhares de manifestantes foram para a praça Taksim, em, Istambul e para o centro de Ancara e Izmir, enquanto Erdogan fazia seus discursos. A polícia interrompeu um protesto perto de um prédio do governo em Ancara com gás lacrimogêneo e canhões de água.

A Fundação de Direitos Humanos Turca disse que pelo menos 12 pessoas foram detidas em Ancara. Elas se somam às 13 que já haviam sido detidas em Adana por supostamente "incitar as pessoas ao distúrbio" por meio de redes sociais. Elas foram interrogadas por um tribunal, que em seguida das libertou, informou a agência de notícias Anatólia. Outros 25 manifestantes foram detidos em Izmir por mensagens postadas no Twitter e também foram liberados.

As manifestações tiveram início após a violenta repressão da polícia contra um protestos pacífico num parque de Istambul, contra um projeto de reforma que pretende substituir uma área verde com uma réplica de um quartel otomano. Os protestos se espalharam por 78 cidades de todo o país.

No domingo, Erdogan negou que esteja elevando as tensões e afirmou que os protestos são um complô para prejudicar seu governo, que foi eleito com o apoio de 50% do eleitorado em 2011

Nesta segunda-feira, os manifestantes continuaram a ocupar a praça Taksim. A polícia novamente removeu barracas de um pequeno parque onde os manifestantes haviam se reunido para mostrar apoio aos manifestantes de Istambul.

Gás lacrimogêneo

Nesta segunda-feira, a Associação Médica do país informou que pediu às autoridades que revelem os componentes químicos do gás lacrimogêneo que tem usado. "Nós notamos que esses agentes químicos têm sido usados intensivamente nas últimas duas semanas", disse Bayazit Ilhan, secretário-geral da associação, aos jornalistas.

"Os médicos e manifestantes têm sérias preocupações sobre o conteúdo químico e a quantidade usada." A associação disse que o gás lacrimogêneo pode levar a sérios problemas de saúde, dentre eles ataques de asma, problemas respiratórios e pressão alta e recomendou que seu uso seja proibido.

A entidade disse que cerca de 5 mil pessoas procuraram ajuda médica desde que os protestos tiveram início por causa do gás ou de ferimentos causados por balas de borracha, espancamentos ou por terem sido atingidas por latas de gás lacrimogêneo. Dez pessoas perderam um olho e 18 foram atingidas na cabeça.

Grupos de direitos humanos acusaram a polícia de usar força excessiva contra os manifestantes. Até mesmo aliados da Turquia como os Estados Unidos e a União Europeia (UE) expressaram preocupações sobre o número de pessoas feridas.

Dois manifestantes morreram, assim como um policial que caiu numa passagem inferior enquanto perseguia os manifestantes. O governo diz que cerca de 600 policiais também ficaram feridos.

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