Cotidiano

Levy diz que 'não há fórmula mágica e heterodoxa' para crescimento do país

Para o ministro, as pessoas, aos poucos, vão se dando conta da nova realidade do país e o que ela exige para que seja possível voltar a ter cresciment

Publicado em 22/09/2015 às 13:26

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 O ministro Joaquim Levy (Fazenda) disse nesta terça-feira (22) que não se deve ter a ilusão de que há "fórmulas mágicas e heterodoxas para se chegar a um crescimento mais acelerado" do país.

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Na abertura do seminário da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), em Brasília, ele afirmou que é preciso "estar muito antenado no que está acontecendo no mundo e não só querendo reviver o passado".

"Vou usar uma expressão que diz que o nosso desafio não é restaurar o passado, mas facilitar o futuro. Um futuro que proporcione de maneira sustentável o bem-estar e a satisfação da nossa população", frisou em seu discurso.

"A gente não pode viver só do cartão de crédito, gastando colchão fiscal que a gente tem. Temos que crescer, uma nova fase para ter através da produtividade um crescimento sólido."

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Para Levy, as pessoas, aos poucos, vão se dando conta da nova realidade do país e o que ela exige para que seja possível voltar a ter crescimento.

"Certamente é preciso haver uma certa convergência de visão, uma conjugação de esforços para a gente superar essa fase, que é a mais forte do ajuste", disse.

"Temos que ter humildade de reconhecer que obviamente há um esforço. As pessoas têm de entender a razão desse esforço e se motivarem. Essa transição vai nos levar a uma economia mais aberta, mais dinâmica, mais vigorosa e a gente realmente vai ter desenvolvimento econômico", defendeu.

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Para o ministro, as pessoas, aos poucos, vão se dando conta da nova realidade do país e o que ela exige para que seja possível voltar a ter crescimento (Foto: Agência Brasil)

Ainda nesta terça, Levy vai receber no Ministério da Fazenda representantes da agência Fitch Ratings.

O governo tenta evitar um novo rebaixamento da nota brasileira, a exemplo do que ocorreu no início do mês, quando a agência de classificação de risco Standard & Poor´s cumpriu a promessa e retirou o selo de bom pagador do país.

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Na ocasião, a decisão foi justificada pela "falta de habilidade" e "vontade" do governo Dilma Rousseff ao submeter um orçamento deficitário ao Congresso.

Com o rebaixamento, o país passou de BBB- para BB+ e passou a ter a mesma avaliação da Rússia, que sofreu embargo internacional devido à guerra na Crimeia e foi duramente afetada pela baixa do petróleo.

Até o momento, o Brasil segue como grau de investimento nas agências Moody´s e Fitch.

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Na Moody´s, a classificação é Baa3 (a apenas um passo de perder o selo de bom pagador) e na Fitch a nota é "BBB" (a dois degraus de se tornar grau especulativo).

Classe Média

Durante seu discurso, Levy disse que é preciso aproveitar a nova classe média que foi criada ao longo dos últimos anos.

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Ele defende que seja dada oportunidade de acesso, por meio do treinamento profissional, do desenvolvimento de novas habilidades e capacidades para ingresso no mercado de trabalho.

Ele também acredita que a atual agenda de crescimento do governo permitirá chegar ao equilíbrio fiscal e a ter uma inflação "suficientemente baixa", que não distorções expressivas ou declinação do poder de compra da população.

"Estamos atentos a essa agenda de crescimento que nem sempre se constitui de gestos fáceis e imediatos, mas de enfrentar problemas fundamentais e estruturais", disse.

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"Mesmo em meio a essa fase, um processo de ajuste macroeconômico em que se estão reduzindo os desequilíbrios das contas externas, há expectativa de que a inflação que comece a convergir para meta", acrescentou.

Levy afirmou ainda que é preciso desenvolver no Congresso as reformas estruturais que a economia precisa. Propostas relevantes, como a da simplificação dos impostos, devem permitir o aumento da segurança jurídica e o desenvolvimento das empresas no país.

Gastos

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O ministro também citou a necessidade de uma discussão mais ampla no governo e na OCDE para o aprimoramento da gestão de gastos públicos em projetos de infraestrutura, garantindo que as obras saiam dentro do orçamento projetado.

"Você só tem obra dentro do orçamento se você já originalmente tem uma clareza do projeto mais desenvolvido, que permita às empresas também terem mais segurança jurídica. Tudo isso está dentro dessa agenda de desenvolvimento econômico."

Segundo ele, o governo precisa reavaliar gastos e projetos para que se chegue aos resultados esperados.

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"Não quero saber quantas creches ou escolas eu construí, esse não é o objetivo final, mas sim qual foi o crescimento dos jovens. Como ele se compara com o resto do mundo. Então é essa verificação da realidade. Quanto se gastou e o que se obteve com o gasto".

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