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A cidade de Santos foi palco de uma emocionante homenagem ao dia nacional do Boxe, na tarde ensolarada desta quinta-feira. Por meio do empresário Pepe Altstut, Éder Jofre, Miguel Oliveira, Acelino Popó de Freitas e Irani Pinheiro, esposa de Maguila, comoveram as pessoas presentes na Arena Santos.
O ponto alto do evento foi marcado pela inauguração de uma estátua na entrada do Ginásio com os bustos de Éder, Miguel e Popó, todos em posição de combate, feita pelo artista Hugo Garcia.
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“É emocionante. Ponham-se no meu lugar, num país como o Brasil, que o Boxe não é tão bem quisto quanto lá fora. Eu nunca esperava que um dia fosse ver uma homenagem dessa. É maravilhoso. Dá mais ânimo para a gente não se arrepender de tudo que a gente fez”, disse Éder Jofre, que ainda ganhou um bolo pelo 79º aniversário.
“Receber uma homenagem em vida, saber que nossos netos, bisnetos vão saber que um dia isso foi estendido para comemorar uma data, vai ficar na vida de muitos aqui que dia 26 de março é o dia do boxe. Então, eu estou muito feliz, hoje é como se fosse um título mundial”, comentou Popó, responsável pelo projeto de lei que decretou a data, propositalmente escolhida no dia do aniversário de Éder, como uma lembrança a todos os pugilistas do país.
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“É difícil, cara. Eu cheguei aqui em Santos, hoje (quinta), como faço para todos os eventos em que sou convidado, e fui surpreendido. Isso aqui? Mas, nunca. Tudo que falaram, todas as pessoas. Esse Pepe, ele é brincadeira. É de tirar o chapéu. Ele ama boxe, o que ele pode fazer pelo boxe ele faz. Ele pensou, elaborou e hoje se materializou de uma forma grandiosa. O que nós fizemos, cada um na sua carreira, chegar e receber isso... Cara, precisa ser forte, senão você treme na base”, afirmou Miguel.
Emoção
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Antes de conhecerem a estátua que homenageia os três campeões mundiais do boxe brasileiro, os protagonistas discursaram para autoridades, imprensa, pessoas ligadas ao esporte e crianças da rede municipal escolar.
Entre tantos agradecimentos dos homenageados, Popó não se conteve quando este com o microfone em suas mãos e chorou ao lembrar da infância pobre.
“O esporte é uma ferramenta de inclusão social muito importante. Eu dormi no chão até os 23 anos”, lembrou o bicampeão mundial dos pesos super-pena e super-leve, com a voz embargada.
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Irani Pinheiro, esposa de Maguila, que segue sob cuidados médicos em função de uma doença degenerativa, aproveitou a oportunidade para revelar que um livro será lançado em junho com a história do ex-pugilista e, ano que vem, um filme contará a trajetória e a vida de um dos maiores atletas que o país já teve.
Histórias de glórias
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Éder Jofre, 79 anos, apesar de ser considerado o maior peso-galo de todos os tempos e do título mundial, em 1960, também repetiu a conquista no peso-leve, em 1976. Atualmente, o ídolo brasileiro convive com uma doença crônica, a encefalopatia traumática crônica, antigamente chamada de demência pugilística, e possui um cartel de 39 vitórias, 33 por nocaute, e apenas duas derrotas.
“A todos vocês, um abraço. Muito obrigado pelo convite, é gratificante, tudo que eu fiz valeu a pena, como peso Galo, lutador de boxe. Eu só tenho a agradecer o povo que me homenageou, reconheceu as minhas lutas e deu valor ao campeão aqui, que fui eu”, agradeceu o paulistano conhecido como Galinho de Ouro.
Contemporâneo de Éder, Miguel Oliveira também deu orgulho ao povo brasileiro e aos fãs de boxe com o título mundial dos pesos médios-ligeiros, em 1975. Sua carreira é formada por 50 vitórias, 25 por nocautes, um empate e cinco derrotas.
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“Eu acho que eu dei o meu máximo, o Éder deu o máximo, o Popó deu o máximo, e conseguimos. Nós mostramos a estes jovens, a estes novos atletas que estão despontando por aí, que é possível. É possível porque nós conseguimos”, afirmou Miguel, que segue em grande forma física, mesmo aos 64 anos. “A vida é uma escolha. Para você ter uma ideia, hoje (quinta) de manhã eu corri 10 Km, faço a minha musculação, continuo treinando, não tenho vícios, não bebo, não fumo. Eu aprendi, através do esporte, a ter muita disciplina”, ressaltou.
Tetracampeão mundial, com dois títulos na categoria peso-leve e outros dois no super-pena, Popó foi responsável por quebrar um jejum de 24 anos do Brasil sem títulos de expressão no boxe mundial. O soteropolitano subiu aos ringues em 81 oportunidades, venceu 75 vezes, 50 por nocaute, e sofreu duas derrotas, além de quatro empates.
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“Poder reunir sete títulos mundiais, quatro meu, dois do Éder, um do Miguel, isso não tem dinheiro, nada no mundo que pague esse momento, essa felicidade”, disse Popó, que voltará a lutar em julho, contra um adversário ainda não definido, mas com a luta confirmada para acontecer também em Santos. “Depois de dois anos, quero levantar um pouco o boxe também. Eu sempre digo: o boxe não parou comigo por lesão. Eu parei com o boxe. Eu deixei o boxe ali, guardado e falei ‘se um dia eu voltar, eu volto bem, não volto com lesão, machucado’. Acho que o Boxe está ali me esperando e quero voltar para um lugar de onde não deveria ter parado”, admitiu o pugilista, que completa 40 anos em setembro.
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