Leite é desenvolvido para crianças alérgicas e custa R$ 190 cada lata de 400 gramas / Divulgação
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Um leite específico para a alimentação de bebês e crianças com determinadas alergias está em falta nos Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs). O Neocate, que custa R$ 190 cada lata de 400 gramas, deveria ser distribuído uma vez por mês, o que não aconteceu em novembro para a autônoma Kayra Orciolli.
“Não recebi o leite no mês que passou. Para a minha filha, que tem quase dois anos e já come comida, o leite é só um complemento. Mas há crianças que fazem uso exclusivo desse leite”, explica. Ela explica ainda que, para um bebê que só toma leite, a lata dura três dias. Caso tenham que comprar, o custo seria de quase R$ 2 mil, cerca de 10 latas por mês.
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Um segundo caso deve chegar aos tribunais nos próximos dias. Juliana Aparecida Diniz, mãe do bebê N.A.D.F, de um ano e 11 meses, diz que não consegue obter o leite especial, fundamental para quem tem alergia a lactose. “Eu pegava oito latas por mês no Ambulatório Médicos de Especialidades (AME) de Pedro de Toledo. Mas estou sem o produto desde o mês passado. A informação é que o Estado não tem previsão de compra. Além disso, me disseram que meu filho só tem direito até os dois anos de vida”, disse Juliana.
A mãe afirma não ter condições de comprar o leite. Ela já conseguiu algumas doações, mas a situação não vai se sustentar por muito tempo. “Meu filho é alérgico a vários alimentos. Estou indo o médico em Santos para fazer novos exames e, se o problema permanecer, vou recorrer à Justiça”, garante.
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Questionado sobre os casos, a Secretaria de Saúde do Estado garantiu que vem disponibilizando outras duas fórmulas similares ao Neocate em suas farmácias. A orientação é para que pais ou responsáveis peçam a substituição da receita junto aos médicos das crianças.
Desde outubro a pasta vem tentando fazer nova compra para atender ao aumento da demanda por Neocate, mas a empresa Nutriport Comercial Ltda., uma das fornecedoras do produto, vem barrando o processo na Justiça, e impedindo que os estoques sejam normalizados.
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Por duas vezes a empresa já conseguiu decisões em seu favor. A pasta tentou inclusive fazer uma compra emergencial do produto, vencida pela representante da Danone, que ofereceu preço de 21 centavos por grama do produto. A Nutriport, no entanto, que quis vender o mesmo produto ao Estado por 30 centavos o grama, 43% a mais, barrou todo o processo na Justiça, impedindo a pasta de comprar a fórmula pelo menor preço.