Cotidiano

Lama da Samarco avança no Rio Doce e paralisa captação de água

Ela também não descartou que o material lançado nos rios esteja contaminado com outros produtos nocivos à saúde

Publicado em 12/11/2015 às 13:47

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Passada quase uma semana do rompimento das barragens da empresa Samarco em Mariana, Minas, os rios afetados pela lama continuam a ser poluídos por rejeitos da exploração de minério de ferro. Isso impede que a água deles seja consumida, segundo vistoria feita ontem pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).

A presidente do órgão, Marilene Ramos, afirmou que a empresa deve ser multada tanto por danos que causarão perdas à biodiversidade quanto pela contaminação dos rios. As penalidades máximas, informou Marilene, chegam a R$ 50 milhões por infração - R$ 100 milhões ao todo. Ela também não descartou que o material lançado nos rios esteja contaminado com outros produtos nocivos à saúde.

Dirigentes do Ibama e da Agência Nacional das Águas (ANA) estiveram na região ontem e tiveram reuniões tanto com dirigentes da Samarco - e de suas proprietárias, Vale e BHP Billinton - como com o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT). "Como toda aquela área continua descoberta, uma poeira fina continua chegando aos rios e deixando um nível de turbidez muito alta", disse Marilene. "É diferente do que aconteceu, por exemplo, quando houve o rompimento daquela barragem em Cataguazes (também em Minas, em 2003), em que veio determinado volume de lama, a captação foi interrompida e, depois, a água que veio levou o material embora."

Os sedimentos depositados nos rios aumentam a turbidez da água, o que a mantém imprópria para o consumo humano. Marilene afirmou que ainda não há um prazo para que a contaminação seja interrompida e a captação de água possa voltar. "Estamos discutindo as alternativas das soluções para isso."

Isso impede que a água deles seja consumida, segundo vistoria feita ontem pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) (Foto: Agência Brasil)

Em outra linha de ação, as agências do governo devem "iniciar uma campanha de investigação da qualidade da água e dos sedimentos para ter a certeza de que o material de fato é inerte e não oferece nenhum risco para o consumo humano".

Na vistoria, o Ibama detectou dois problemas imediatos no meio ambiente da região. "São duas grandes questões: alteração ambiental com perda da biodiversidade, o que é caracterizado por aquela grande carga de lama nos rios, matando tudo o que existe de vida e com perda da mata ciliar, e o outro é o lançamento dessa grande carga de sedimentos, tornando a água imprópria. Como atingiu um rio federal, entendemos que cabe ao Ibama aplicar essa penalidade", continuou Marilene.

Licenciamento

O Ibama deve iniciar discussões para alterar o processo de licenciamento das barragens de resíduos após o acidente. "Em pouco mais de dez anos, esse é o quinto acidente, o quinto problema com barragens de rejeitos. Como causa dano ambiental de grandes proporções, entendemos que o Ibama, juntamente com ANA e o DNPM (Departamento Nacional de Produtos Minerais) e governo do Estado devem rever os processos de licenciamento."

Paralelamente, o órgão pretende adotar medidas que levem as empresas a reduzir o uso desse tipo de infraestrutura na mineração. "Em Carajás, estamos levando metodologias para o tratamento de minérios que usam menos água e produzem menos sedimento." 

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