Cotidiano

Kerry cita bomba de Hiroshima para defender acordo nuclear com Irã

A declaração foi feita em encontro com o chanceler japonês, Fumio Kishida, na Malásia

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 06/08/2015 às 17:40

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O secretário de Estado americano, John Kerry, usou como exemplo o lançamento da bomba atômica em Hiroshima, que completou 70 anos nesta quinta-feira (6), para defender a importância do acordo nuclear com o Irã.

A declaração foi feita em encontro com o chanceler japonês, Fumio Kishida, na Malásia. Questionado por jornalistas sobre o que significava o bombardeio atômico americano na cidade japonesa, Kerry disse:

"Esta é uma lembrança muito, muito poderosa de que não só o impacto da guerra perdura até hoje, mas também enfatiza a importância do acordo com o Irã para reduzir a possibilidade de que haja mais armas nucleares".

Kerry defendeu as ações dos EUA para reduzir o arsenal nuclear e citou a história de uma sobrevivente do ataque a Hiroshima para saudar a relação atual entre americanos e japoneses.

"Ela sobreviveu e é uma grande testemunha do espírito humano e de nossa habilidade de nos reconciliarmos após a guerra. Penso que nossa atual relação com o Japão é uma das mais importantes que temos no mundo."

O encontro de Kerry com Kishida ocorreu em um intervalo da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), que tem acordos de cooperação com os Estados Unidos e o Japão.

Durante a cúpula, os dez países-membros do bloco deram seu apoio ao acordo nuclear das potências com o Irã. O pacto foi selado em julho, em reunião em Viena (Áustria).

John Kerry citou a bomba de Hiroshima para defender o acordo nuclear com Irã (Foto: Associated Press)

Lobby favorável

A viagem de Kerry acontece no momento em que o governo americano age para conseguir apoio dentro dos Estados Unidos e no exterior para o pacto nuclear. O objetivo é que o Congresso aprove o texto.

Na quarta (5), o presidente Barack Obama disse em discurso que todos os países do mundo, com exceção de Israel, apoiaram o acordo. Para o mandatário, a única alternativa ao pacto seria uma guerra contra o Irã.

"A rejeição a este acordo nos deixa com uma só alternativa: uma nova guerra no Oriente Médio", afirmou. "Uma guerra nuclear seria muito mais perigosa para a América, para Israel e para o mundo do que este acordo."

A proposta é recusada pela maioria republicana e também por democratas de origem judaica.

Pelo acordo assinado entre a República Islâmica e as potências do grupo 5+1 (EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha), o Irã se compromete a reduzir seu enriquecimento de urânio.

Teerã se compromete a permitir a inspeção das instalações nucleares por monitores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Em troca, os países retirarão sanções econômicas e políticas ao país.

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