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O secretário de Estado norte-americano John Kerry acusou nesta segunda-feira o presidente sírio Bashar Assad de obstruir as negociações de paz e pediu à Rússia que incite seu aliado a negociar com os líderes opositores.
"Até agora, Bashar Assad não se envolveu nas discussões da forma prometida e exigida como Rússia e o regime falaram", disse Kerry durante coletiva de imprensa em Jacarta com o ministro de Relações Exteriores indonésio Marty Natalegawa.
Ele disse q ue o grupo que representa Assad "recusou-se a abrir um momento de discussão" a respeito de um governo de transição que substitua o regime de Assad. "Está muito claro que Bashar Assad está tentando vencer isso no campo de batalha em vez de ir para a mesa de negociação de boa fé", declarou Kerry.
As negociações de paz, realizadas em Genebra na semana passada, terminaram sem progressos na direção de encerrar o impasse de quase três anos de conflito na Síria.
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Kerry, que chamou a Síria de "a tragédia do mundo" também disse palavras duras para os aliados de Assad em Moscou. "A Rússia precisa ser parte da solução e não contribuir com tantas armas e tanta ajuda que, de fato, estão permitindo que Assad intensifique suas ações, o que cria um enorme problema", disse ele.
A Rússia disse aos Estados Unidos que está comprometida em ajudar a criar um governo de transição, disse Kerry, mas não fez "o tipo de esforço para criar o tipo de dinâmica com a qual isso poderia ser alcançado".
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No domingo, o ministro de Relações Exteriores da Síria, Walid al-Moallem, responsabilizou os Estados Unidos pela ruptura nas negociações, afirmando que o governo norte-americano tentou "criar um clima muito negativo para o diálogo em Genebra".
Washington e seus aliados europeus e no Golfo Pérsico apoiam a oposição no conflito sírio, enquanto a Rússia e o Irã dão suporte ao governo de Assad.
"As conversações estão em recesso no momento", disse Kerry nesta segunda-feira. "Mas todos nós precisamos lembrar que não há recesso para o povo sírio, que está sofrendo."
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Kerry disse também que "a comunidade internacional precisa usar este recesso nas conversações de Genebra para determinar como usar este tempo da forma mais eficiente para chegar a uma solução política. "Nós continuamos a acreditar que não existe uma solução militar", declarou ele.