Cotidiano

Justiça condena três traficantes internacionais

Denúncia partiu do Ministério Público de Santos. MPF ofereceu denúncia contra os réus em 2013, após a prisão do grupo durante a operação

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 08/08/2014 às 10:31

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Atendendo a pedido do Ministério Público Federal em Santos, a Justiça Federal condenou três criminosos por tráfico internacional de armas de fogo de uso restrito. Vicente de Paula Viera, Marcos David Barbosa Vieira e Márcio de Souza e Silva receberam pena de 18 anos de reclusão em regime inicial fechado, além de multa. O MPF ofereceu denúncia contra os réus em 2013, dias após a prisão do grupo durante a Operação Bed Bugs da Polícia Federal. A Procuradoria recorreu da sentença para aumentar as penas e incluir a condenação pelo crime de formação de quadrilha. Para o MPF, os três réus se associaram em quadrilha com outros dois criminosos que residem nos Estados Unidos, com o objetivo de trazer armas de uso restrito para o Brasil.

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Os depoimentos, interceptações telefônicas e provas colhidas durante as investigações demonstraram que Vicente e seu filho Marcos eram responsáveis por financiar a aquisição de fuzis e munições em território norte-americano. O armamento era enviado ao Brasil dentro de colchões, que pertenciam a mudanças de brasileiros residentes no exterior, e chegava ao país através do Porto de Santos. As armas eram encaminhadas à cidade mineira de Engenheiro Caldas e posteriormente vendidas para outros criminosos, incluindo milicianos e traficantes do Rio de Janeiro. Ações da Polícia Federal em março e agosto de 2012 apreenderam no Porto de Santos 22 fuzis, 37 carregadores e inúmeras unidades de munição trazidas pelo grupo.

Grupo trazia fuzis e munição dos EUA escondidos em colchões pelo Porto de Santos (Foto: Divulgação)

Rio de Janeiro

A comercialização das armas em favelas era feita por intermédio de Márcio. Uma lista de armas adquiridas pelo esquema, obtida pelas autoridades americanas, foi encaminhada à Secretaria de Segurança do Rio, a qual constatou que parte foi aprendida na cidade, principalmente durante a ocupação da favela da Rocinha, em 2011. Para garantir a entrega na Capital carioca, o material era transportado em fundos falsos de veículos. Márcio chegou a ser preso em janeiro de 2012 após ser surpreendido com 12 mil munições de fuzil calibre .762 na rodovia BR-116. Ele foi absolvido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais do crime de porte ilegal de munição, no entanto as investigações demonstraram que este material também era fruto do tráfico internacional de armas promovido pelo grupo.

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Também faziam parte do esquema, Moisés Maia Nogueira, preso nos EUA, e Sérgio Luiz da Costa, ainda foragido, os quais cuidavam da compra do armamento em território norte-americano. Em seu depoimento, Moisés confessou a participação nas atividades investigadas e identificou os demais integrantes do grupo. Ele informou ainda que recebia 15 mil dólares por cada 12 armas adquiridas e que participou da compra de 60 fuzis. Como ambos se encontram no exterior, foi determinado o desmembramento dos autos, que tramitam sob o nº 0011583-27.2013.403.6104, em cooperação jurídica internacional.  O número da ação é 0001060-53.2013.403.6104.

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