Quem quiser ajudar pode entrar em contato pelo WhatsApp (13) 99113 7606 / Divulgação/Biel Causas Indígenas
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Há sete anos, Gabriel José Lemos da Silva foi visitar, junto com uma ONG, a aldeia Paranapuã, em São Vicente. Era Dia das Crianças e a intenção era levar bombons para adoçar a data especial dos pequenos. Tudo ia bem, até que quase no fim da visita uma criança indígena se aproximou de Gabriel e, chorando, disse que estava com fome, mas não de doce, de comida. Pela mão, a criança levou Gabriel até a casa onde morava e, com a permissão dos pais, mostrou a ele que, de fato, não havia nada para comer. As palavras famintas da criança partiram o coração do menino, como ele mesmo conta, e aquela cena nunca mais saiu da sua cabeça.
A partir daí, Gabriel prometeu à criança e a si mesmo que nunca mais queria ver um índio passando fome e hoje, já com 20 anos, segue cumprindo essa promessa. "Eu voltei lá com comida e entreguei para aquela família. Só que a necessidade era muito grande, não só para eles, mas para toda a aldeia", explica o jovem.
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Quando Gabriel chegou em casa, em Praia Grande, conversou com os pais e decidiu que começaria a arrecadar alimentos e doar aos índios da Paranapuã, e assim passou a fazer toda semana.
"Eu pedia doações nos mercados, nas padarias, para amigos e familiares e tudo o que conseguia levava para eles", explica.
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Mas o tempo foi passando e Gabriel soube que a insegurança alimentar assombrava também as outras aldeias da região, como as localizadas em Peruíbe, Mongaguá e Itanhaém.
Sozinho, ele não conseguia dar conta de tantos pedidos de ajuda, então criou o projeto Biel Silva Causas Indígenas (@biel_indigenas), no Instagram, e por ali faz campanhas de arrecadação de alimentos, roupas, produtos de limpeza, brinquedos ou comidas típicas para datas especiais.
A luta de Gabriel pela causa indígena não é fácil. Toda semana ele corre atrás de possíveis doadores, faz a divisão dos alimentos e leva nas aldeias que atende, sendo 12 em Peruíbe, três em Mongaguá e uma em Itanhaém. São ao menos 20 cestas básicas por semana.
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"Com a pandemia as doações caíram, por isso quero que as pessoas conheçam meu projeto e me ajudem porque o índios precisam muito", afirma.
O sonho de Gabriel é montar uma Casa de Saúde para atender os indígenas do litoral sul. "Quem sabe algum empresário da área da construção me ajuda", diz.
Quem quiser ajudar pode entrar em contato pelo WhatsApp (13) 99113 7606.
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PARCEIROS
O projeto conseguiu dois parceiros, um é o Pecado Gourmet, doceria em Santos que doa doces para Gabriel levar para as aldeias quando tem festa.
O outro é o Jardim Santista, bar para pets, também em Santos. O local faz campanha para arrecadar alimentos e, segundo Gabriel, já conseguiram 50 quilos de comida em uma das ações.
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"É muito importante que eu fale sobre eles porque sem essa ajuda, eu não consigo", pontua.
AUTISMO
Gabriel tem Transtorno do Espectro do Autismo, grau leve. Ele não sabe ler nem escrever, mas está fazendo um curso para aprender Tupi-Guarani.
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Como a cena da criança com fome o marcou muito, Gabriel quer se alfabetizar para cursar faculdade de Assistência Social e expandir o projeto.
"Todo mundo deveria ter o que comer. Eu não consigo esquecer aquela criança com fome, fome de 'comida'. Quando tinha 13 anos, prometi pra ela que a ajudaria e agora essa é a minha missão".
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