Cotidiano

Jornalista pede que governo brasileiro ajude a fiscalizar eleições

Em visita à Comissão de Relações Exteriores do Senado, Otero disse que o país "é uma ditadura que sufoca, de todas as formas" os meios de comunicação críticos ao governo

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 20/08/2015 às 17:48

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O diretor de redação do jornal venezuelano "El Nacional", Miguel Henrique Otero, pediu nesta quinta-feira (20) que os senadores brasileiros façam um apelo para que o governo federal ajude a fiscalizar as eleições legislativas no país vizinho.

Em visita à Comissão de Relações Exteriores do Senado, Otero disse que a Venezuela "é uma ditadura que sufoca, de todas as formas" os meios de comunicação críticos ao governo e não respeita opiniões divergentes.

Ele criticou o governo do presidente Nicolás Maduro por ter aprovado leis que levaram ao fechamento de outros meios de comunicação e o acusou de agredir jornalistas fisicamente e de comprar jornais com dinheiro público.

Otero afirmou também que os jornais do país não conseguem importar papel devido às restrições do governo à compra de dólares e que só conseguem sair em versão impressa com a ajuda de outros jornais latino-americanos.

"Tudo isso levou o país e ter 40% do seu território a ter acesso a meios oficiais e o restante a veículos autocensurados. Os independentes, que somos nós, não conseguimos suprir a demanda", disse.

O jornalista criticou ainda as prisões de opositores do governo e a prorrogação de suas detenções sem sentença e julgamento. "Assim funciona esse mecanismo moderno de deter presos políticos", disse.

Otero também fez um apelo para que o Brasil tenha consciência da crise econômica que afeta o vizinho. Segundo ele, a crise é tão grave que o país está à beira de um colapso humanitário que pode afetar também o território brasileiro.

Miguel Henrique Otero pediu que o governo brasileiro ajude a fiscalizar eleições na Venezuela (Foto: Divulgação)

Convite

Miguel Henrique Otero é processado na Venezuela por ter feito uma reportagem sobre o envolvimento do presidente da Assembleia Nacional do país, Diosdado Cabello, com lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.

Por isso, afirmou, não retorna a seu país natal por temer ser preso. Ele foi convidado pelo senador José Agripino Maia (DEM-RN), que esteve na comitiva da oposição brasileira que foi à Venezuela em junho.

Os parlamentares planejavam se reunir com políticos da oposição venezuelana. Porém, foram bloqueados na estrada entre o aeroporto e a capital Caracas e decidiram voltar a Brasília sem continuar a agenda.

O episódio foi comentado pelos senadores. "A gente tem que aproveitar a oportunidade [de que ele está no Brasil] para tomar conhecimento, de qual é a situação de hoje e qual é a perspectiva de futuro da Venezuela", disse Agripino Maia.

Durante a audiência, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) pediu à comissão um pedido formal à OEA (Organização dos Estados Americanos) para aprovar o envio de observadores internacionais para a eleição, em 6 de dezembro.

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