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Os jornais impressos são os meios de comunicação com o maior nível de confiança da população, conforme levantamento encomendado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). Divulgada nesta sexta-feira, 7, a "Pesquisa Brasileira de Mídia 2014: hábitos de consumo de mídia pela população brasileira" ouviu 18.312 pessoas em 848 municípios com o objetivo de subsidiar a elaboração da política de comunicação do governo federal.
A pesquisa, realizada pelo Ibope, constatou que 53% dos entrevistados que leem jornais impressos confiam nas notícias publicadas. No caso dos ouvintes de rádio, o índice de confiança nas notícias é de 50% e, entre o público da televisão, 49%. O índice de confiança nas informações alcança 40% entre os leitores de revistas, 28% entre os visitantes de sites, 24% entre os frequentadores de redes sociais e 22% entre os leitores de blogs.
"Quase metade dos brasileiros usa a internet como meio cotidiano de informação. Ao mesmo tempo, você tem outro dado em relação à confiabilidade, que é o oposto. Quando você coloca qual é a informação mais confiável, os jornais sobem e a internet cai, o que mostra que a história e a credibilidade do meio impresso continuam sendo um referencial para as pessoas", disse o ministro-chefe da Secom, Thomas Traumann.
Os entrevistados também foram questionados sobre a confiança nas propagandas veiculadas em diferentes meios de comunicação. De novo, os jornais impressos foram considerados os mais confiáveis: 47% dos entrevistados que leem jornais afirmaram confiar sempre ou muitas vezes em anúncios de publicidade publicados, índice superior ao verificado entre as pessoas que leem anúncios na TV (42%), rádio (42%), revistas (36%), sites (23%), redes sociais (22%) e blogs (19%).
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"Isso é um reconhecimento do cidadão e da sociedade às boas práticas do jornalismo de qualidade e independente", afirmou ao Estado o diretor-executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Ricardo Pedreira. "Nesse mundo, com a pulverização tão grande de informações, em que a internet tem uma força muito grande, esse jornalismo de qualidade feito pelos jornais é reconhecido e isso é positivo."
Segundo a pesquisa, a média de uso de internet de segunda a sexta-feira é de três horas e trinta e nove minutos, mais que o tempo dedicado à televisão (três horas e vinte nove minutos), ao rádio (três horas e sete minutos) e aos jornais impressos (uma hora e cinco minutos). A média de uso de internet sobe para três horas e quarenta e três minutos nos finais de semana, mais que o tempo dedicado à televisão (três horas e trinta e dois minutos) e ao rádio (três horas).
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A pesquisa não questionou os entrevistados sobre o tempo dedicado à leitura de jornais impressos nos finais de semana - segundo o chefe da Assessoria de Pesquisa de Opinião Pública e Planejamento do Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Vladimir Gramacho, abordagens preliminares constataram não haver uma variação significativa.
"Isso acaba sendo uma omissão da pesquisa. A experiência de todos nós que trabalhamos com mercado de comunicação é de qualquer cidadão lê no final de semana mais tempo do que durante a semana", comentou Pedreira.
Veículos públicos
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A pesquisa encomendada pela Secom também se voltou para os próprios veículos públicos estatais - e constatou que 66% dos brasileiros nunca ouviram o programa radiofônico "A voz do Brasil". A proporção de não ouvintes do programa é maior entre mulheres (70%) que em homens (61%). Do total da amostra, 68% dos entrevistados afirmaram já terem ouvido falar do "A voz do Brasil" e 32% responderam que desconheciam o programa.
O programa de rádio "Café com a presidenta" é desconhecido por 74% dos brasileiros e a coluna "Conversa com a presidenta", por 80%. "O governo sempre tem de melhorar. Nós temos de ter a humildade de entender que, se algum dos nossos veículos não está conseguindo atingir o público que precisa atingir, eles têm de fazer suas correções", afirmou Traumann.
A margem de erro da pesquisa é de um ponto porcentual.
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