Cotidiano

Joe Cocker tinha câncer no pulmão

Ele se tornou universalmente conhecido ao cantar uma versão de With a Little Help From my Friends, dos Beatles, no Festival de Woodstock, em 1969

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 22/12/2014 às 18:48

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O cantor inglês Joe Cocker, um dos maiores intérpretes da música moderna internacional, morreu no domingo, 21, em sua casa em Crawford, no Colorado. Ele tinha câncer no pulmão. A morte foi confirmada por seu agente, Barrie Marshall.

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Ele se tornou universalmente conhecido ao cantar uma versão de With a Little Help From my Friends, dos Beatles, no Festival de Woodstock, em 1969. Sua voz rouca, seu estilo trágico e lancinante criaram novos paradigmas para a interpretação na música pop. “Não sei por que escolhi With a Little Help From My Friends - eu queria uma bem conhecida e meio que espremer ela, sacou? Era o último número do show e senti que tínhamos nos comunicado com alguém”, ele disse, sobre a canção que o projetou mundialmente.

Em 1975, uma outra interpretação dele, You Are So Beautiful, se tornou novo hit planetário, e em 1983 ele ganhou um Grammy pelo single Up Where We Belong, um dueto com Jennifer Warnes. Em 2007 ele recebeu uma comenda do governo britânico no Palácio de Buckingham por sua contribuição à música.

Sua última passagem pelo Brasil foi em 2012, quando se apresentou para 5 mil pessoas na Vila Olímpia. Havia então 21 anos que não cantava aqui (esteve no Rock in Rio, em 1991) e veio com uma banda que incluía um tecladista, um organista, guitarrista, baterista, baixista e duas fenomenais cantoras de apoio (Nichelle Tillman e Andrick Brown). Ele cantou duas músicas do disco que lançou naquele ano, o derradeiro, Hard Knocks, e de resto mandou um desfile de hits: Unchain my Heart (que Ray Charles celebrizou), You Can Leave Your Hat On, Cry me a River, Feeling All Right, Shelter Me, You are so Beautiful, Unforgiven, entre outras.

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Joe Cocker era um dos maiores intérpretes da música moderna internacional (Foto: Divulgação)

Seu show era basicamente de soul e blues, mas havia também um condimento de funk que eletrificava a plateia, e que ele imprimia a canções especiais, como Come Together, dos Beatles. Deixou uma sensação de êxtase coletivo, as pessoas estavam com sorrisos de satisfação de orelha a orelha, aquele jeito glorioso de quem está saciado, mas não empapuçado.

Musicalmente, Joe Cocker aprendeu lições do soul, da disco music do jazz, do blues, e tudo isso comparece. “Eu amava James Brown. Nós fizemos uma turnê juntos pela Europa pouco antes de ele morrer, com uma orquestra, e ambos estávamos no programa. Toda noite ele vinha ao meu show e a gente dividia o microfone. Acho que todo cantor de R&B dos Estados Unidos tem um débito para com James Brown, assim como eu tenho um débito para com Ray Charles e também para com Marvin Gaye”, ele disse, ao jornal O Estado de S. Paulo, na ocasião.

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Cocker teve sérios problemas com drogas na época da contracultura, problemas que aumentaram com o abuso de substâncias alcoólicas. “Não havia 'rehab' na minha época. Ninguém chegava para mim e dizia: 'Joe, você precisa parar com isso’”, ele disse, também em entrevista ao Estado.

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