Cotidiano

Jesus: história transcende a fé cristã

Representantes de religiões que não seguem o cristianismo reconhecem Jesus como uma personalidade histórica, mas não celebram as festividades de seu nascimento

Publicado em 24/12/2014 às 11:36

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No dia 25 de dezembro, os cristãos em todo o mundo celebram o nascimento de Jesus Cristo, que para eles é o Filho de Deus.

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A data não é exata, mas o Natal é uma das principais celebrações da fé cristã, pois é nascido Deus menino, em carne, segundo a Santíssima Trindade, trazendo uma mensagem de bondade e amor ao próximo à humanidade.

Jesus é uma personalidade cuja trajetória atravessa a fronteira da fé religiosa. Este homem, de origem judaica, nascido em Belém, há 2.014 anos, figura em centenas de livros de história e é objeto de estudos da ciência, da psicologia e da filosofia por séculos. Jesus transcende o mistério divino, a sua pró- pria imagem como o Enviado de Deus. 

Mas, quem é Jesus para os fiéis de religiões não cristãs?

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O presidente da Sociedade Islâmica de Santos e Litoral Paulista, Salah Mohamad Ali, afirma que para o Islamismo Jesus não é o Filho de Deus, mas um profeta igual à Maomé (Muhammad, Mohammad ou Mohammed, em árabe).

Para os muçulmanos, Maomé foi o último profeta de Deus precedido por Abraão, Ismael, Isaac, Jacob, Davi, Moisés e Jesus. Na fé islâmica, Maomé foi um líder religioso e político árabe.

“Os muçulmanos consideram Jesus o Verbo de Alá (Allah, em árabe). Jesus é um profeta, um ser humano comum, que Deus encarregou de levar sua mensagem ao povo. Nós cremos em Alá (Deus) como o único criador. A melhor maneira de celebrar é seguir os ensinamentos dos profetas”, afirma Ali.

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Para os cristãos, o Filho de Deus, para os demais, um homem comum que se tornou um importante líder religioso (Foto: Divulgação)

Ali explica que o Islã não comemora as datas de nascimento dos profetas. Os muçulmanos celebram apenas duas festas durante o ano, conforme o calendá- rio lunar ao qual seguem, diferente do calendário gregoriano, que utilizamos. As festas são o Ramadã e o Dia do Sacrifício.

Os judeus também não cultuam Jesus como o Filho de Deus, mas o vêem como um rabino que pregava a palavra do Criador. “Jesus era um judeu, rabino, uma pessoal normal, mas com ideias diferentes. Nós não consideramos Jesus como um salvador”, afirma o presidente da Sinagoga Beit Jacob de Santos, Jaques Zonis.

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Os judeus assim como os muçulmanos não celebram o Natal cristão.

Para os fieis da Umbanda, Jesus é representado no orixá Oxalá. “Jesus é Oxalá, o orixá maior, o Pai maior. É Ele que nos guia, proporciona nossas conquistas, quem administra tudo no universo”, afirma o babalaô Inívio Borda. O babalaô (babalawo, em yoruba) é um sacerdote.

Borda explica que a Umbanda é uma religião brasileira forjada no sincretismo, de origem banto-ameríndio, reunindo cultos africanos e indígenas à fé cristã. “Cada orixá tem co-relação com um santo católico”, esclarece.

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O babalaô diz que embora os umbandistas não celebrem o Natal, no dia 25 de dezembro é feita uma limpeza e arrumação no terreiro.

Segundo ele, os umbandistas realizam uma única festividade no final do ano, que é a Gira Festiva de Praia. “É uma celebração de encerramento do ano, realizada normalmente no segundo domingo de dezembro, onde agradecemos ao ano que tivemos”. 

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