Cotidiano
O presidente da África do Sul disse que foi avisado de que outras levas de refugiados chegariam ao seu país, devido à deterioração das condições de vida
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O presidente da África do Sul, Jacob Zuma, cujo país está sendo acusado de xenofobia contra imigrantes de outros países africanos, culpou hoje (27) os países vizinhos do continente pela imigração maciça para seu país. “A minha opinião é que estes problemas devem ser discutidos na União Africana porque, se temos um problema de xenofobia, os países nossos irmãos contribuíram para ele. Porque é que os seus cidadãos não estão nos respectivos países?”, perguntou Zuma durante discurso em Pretória, na celebração do Dia da Liberdade, feriado nacional.
Zuma disse que após o início da onda de violência, que deixou pelo menos sete mortos em Durban e Joanesburgo, desde o início do mês, tem conversado com representantes dos cidadãos estrangeiros e acha que algumas questões devem ser debatidas imediatamente na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e na União Africana. “Alguns deles [estrangeiros] fizeram acusações muito graves aos seus países, o que explica porque estão na África do Sul”, destacou.
O presidente sul-africano disse que foi avisado de que outras levas de refugiados chegariam ao seu país, devido à deterioração das condições de vida nos países vizinhos. Ele também ressaltou que não é necessário adotar uma postura crítica em relação a outros governos, como tem acontecido contra o seu. A Nigéria chegou a convocar seu embaixador em Pretória, num gesto de desagravo à onda de violência contra imigrantes, sobretudo africanos, na Africa do Sul. Apelos de boicote a produtos sul-africanos também se espalharam pelo continente.
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Zuma condenou a violência contra imigrantes e lembrou que eles contribuem para a economia da África do Sul. Ele também condenou, no entanto, o aumento da imigração clandestina, usada principalmente como mão de obra barata. “Devemos atacar as causas profundas da violência e das tensões, que são a herança da pobreza, do desemprego e das desigualdades no nosso país e no nosso continente, e da luta por recursos limitados”, disse.
Não há registros de violência contra imigrantes há pelo menos uma semana, quando o Exército sul-africano se posicionou em locais estratégicos para impedir os atos extremos.
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