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O governo brasileiro lamentou hoje (9) a decisão da Turquia de chamar para consultas em Ancara seu embaixador no Brasil, em protesto à aprovação pelo Senado Federal, há uma semana, de uma moção de solidariedade ao povo da Armênia.
A moção reconhece como genocídio a ação do Império Turco-Otomano contra os armênios há 100 anos. O massacre de 1,5 milhão de armênios começou em 24 de abril de 1915, durante a Primeira Guerra Mundial, e se estendeu por dois anos.
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De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, no dia 1º de junho, o embaixador turco Hüseyin Diriöz foi chamado ao Itamaraty e recebeu do secretário-geral das Relações Exteriores, Sergio Danese, explicações sobre os procedimentos então em curso no Senado.
“O Senado Federal agiu dentro de suas prerrogativas constitucionais e em consonância com o princípio da independência de poderes consagrada pela Constituição brasileira”, informou o Itamaraty.
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Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia condenou a resolução do Senado brasileiro sobre os eventos ocorridos há 100 anos. Segundo o governo turco, a moção distorce fatos históricos.
Na prática da diplomacia, chamar o embaixador de volta ao país para consultas demonstra contrariedade com a situação.
“O governo brasileiro mantém a expectativa de que as relações bilaterais com a Turquia, formalmente definidas como estratégicas pelos dois países, possam retornar em breve à plena normalidade”, informou o Itamaraty.
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Em abril, a Turquia convocou seu embaixador no Vaticano para consultas após o papa Francisco ter classificado como genocídio o massacre dos armênios. A diplomacia turca considerou infundadas e longe da realidade histórica as declarações do papa.
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