Cotidiano
Estima-se que 2.300 imigrantes tenham morrido ao tentar cruzar o Mediterrâneo até agora neste ano, segundo dados de sexta-feira divulgados pela Organização Internacional para a Imigração
Continua depois da publicidade
A polícia italiana deteve oito supostos traficantes de pessoas nesta terça-feira, após 49 imigrantes morrerem sufocados enquanto estavam em um barco que naufragou no Mediterrâneo no sábado, ao norte da Líbia. A polícia informou que os detidos aparentemente eram três marroquinos, incluindo o capitão de 20 anos da embarcação, quatro líbios e um menor de idade sírio. As identidades ainda estão sob investigação.
Os oito suspeitos foram acusados de homicídio e crimes relacionados à imigração ilegal e estão detidos na cidade de Catânia, na Sicília. Milhares de imigrantes tentam realizar a perigosa jornada pelo Mediterrâneo, esperando chegar à Europa e receber asilo. Muitas vezes, vêm fugindo de guerras, da perseguição e da pobreza no Oriente Médio e no norte africano.
Continua depois da publicidade
Estima-se que 2.300 imigrantes tenham morrido ao tentar cruzar o Mediterrâneo até agora neste ano, segundo dados de sexta-feira divulgados pela Organização Internacional para a Imigração.
De acordo com testemunhos de alguns sobreviventes do naufrágio do sábado, os traficantes forçaram as vítimas a permanecer no casco da embarcação que naufragava, condenando-os à morte por asfixia, devido à falta de ar e à fumaça gerada pelo motor do barco. A embarcação partira da Líbia na noite de sexta-feira, com 362 pessoas a bordo, e estava tão lotada que os traficantes foram obrigados a garantir que uma boa parte dos imigrantes ficasse parada, para manter o barco estável, quando então ele começou a afundar, segundo autoridades italianas. "Segundo os testemunhos, os traficantes batiam em qualquer um que tentasse deixar o lugar para conseguir um pouco de ar fresco, chutando-os e batendo neles com cintos e porretes", disse o promotor Michelangelo Patane, de Catânia, em entrevista coletiva. Dos mais de 300 sobreviventes, 116 eram marroquinos, que serão repatriados nos próximos dias, pois não têm direito a pedir asilo, disse a polícia. Os outros imigrantes, em sua maioria da África subsaariana, de Bangladesh e do Parlamento, serão transferidos para centros de recepção pela Itália.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade