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O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, anunciou neste domingo (6) que iniciou a construção de uma cerca com 30 quilômetros de extensão ao longo de sua fronteira com a Jordânia. Ele rejeitou ainda pedido para que abrigasse refugiados da vizinha Síria argumentando que o país é muito pequeno para recebê-los.
O obstáculo vai da cidade litorânea de Eilat, no mar Vermelho, até a histórica Timna. "Continuaremos até as Colinas de Golã, onde já temos uma cerca fortificada", explicou Netanyahu durante a reunião semanal de seu gabinete de ministros, em que advertiu que Israel "não esperará".
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"Não esperaremos. Na medida do possível, protegeremos Israel com barreiras que nos permitam controlar nossas fronteiras", disse.
Israel ocupa a região das Colinas de Golã e a fronteira oeste da Jordânia com a Cisjordânia desde 1967, após a Guerra dos Seis Dias.
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Desde 2013, Israel tem uma cerca de 240 km ao longo da fronteira com o Egito, que reduziu quase por completo a entrada de imigrantes africanos no país. Há ainda muros no norte; na divisa com o Líbano; nas Colinas de Golã, entre Israel e Síria; além da área que rodeia a faixa de Gaza, controlada pelos palestinos.
As imagens recentes de milhares de refugiados embarcando e desembarcando de trens na Europa em busca de um local para escapar do conflito no Oriente Médio sensibilizaram a opinião pública de Israel, um Estado criado três anos depois do Holocausto nazista, em que seis milhões de judeus morreram.
Isaac Herzog, líder do principal partido de oposição, fez um apelo a Tel Aviv para que "absorva refugiados dos combates da Síria", um país vizinho que Israel considera inimigo e com quem já esteve em guerra.
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Em reunião do gabinete, Netanyahu declarou que Israel não é "indiferente à tragédia" dos refugiados sírios e disse que os hospitais do país tratam feridos da guerra civil que devasta a nação árabe desde 2011.
"No entanto, Israel é um Estado muito pequeno. Não tem alcance geográfico e nem demográfico", disse o premiê.
Netanyahu sugeriu ainda que aceitar refugiados árabes afetaria o equilíbrio demográfico do Estado predominantemente judeu, onde cerca de um quinto da população de 8,3 milhões de pessoas é formada por cidadãos árabes.
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"Precisamos ter controle de nossas fronteiras contra imigrantes ilegais e terroristas", disse ainda o premiê.
Embora não tenha havido pedidos internacionais para que Israel abra as suas fronteiras para sírios, Herzog disse que o premiê tinha o dever moral de aceitar refugiados.
Desde o início da guerra civil na Síria, em 2011, 4 milhões de refugiados buscaram países vizinhos como Jordânia, Líbano e Turquia. Não há registro, contudo, de deslocados que tenham ido a Israel, que segue, oficialmente, em estado de guerra com a vizinha.
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