23 de Setembro de 2024 • 12:35
As autoridades eleitorais do Irã iniciaram na noite desta sexta-feira a contagem dos votos depositados nas eleições presidenciais realizadas no país, depois de muitos eleitores terem passado horas em fila para conseguir votar. Ainda não há resultados parciais disponíveis nem pesquisas de boca-de-urna, mas acredita-se que o índice de comparecimento às urnas tenha sido elevado.
Em alguns lugares, o horário de votação foi estendido por até cinco horas para que todas os eleitores pudessem emitir seus votos. O aparentemente elevado índice de comparecimento às urnas sugere que eleitores liberais e reformistas abandonaram o plano original de boicotar a votação.
No Irã, ao mesmo tempo em que as eleições oferecem uma oportunidade para que a população interfira de alguma forma nos rumos internos do país, as limitações do poder do cargo de presidente acabam por diminuir a dose de dramaticidade que votações do gênero provocam em outros lugares, uma vez que o poder de facto e a palavra final sobre assuntos de Estado cabem aos aiatolás e a sua Guarda Revolucionária.
Uma amostra preliminar dos resultados indicava que o apelo do candidato relativamente moderado Hasan Rowhani para que os eleitores fossem às urnas surtiu efeito tanto em metrópoles quanto em áreas rurais, disseram fontes na comissão eleitoral à Associated Press. Segundo as fontes, porém, a amostra na qual se basearam é pequena e ainda não é possível prever uma tendência para o resultado da votação.
Desde a abertura das urnas, longas filas se formaram do lado de fora de alguns locais de votação em Teerã e em outras cidades do Irã. O horário de funcionamento dos postos de votação foi prorrogado duas vezes.
Ainda não há um favorito claro entre os seis candidatos à sucessão do atual presidente Mahmoud Ahmadinejad, que não pode concorrer a um terceiro mandato consecutivo no cargo. A coalizão de liberais, reformistas e ativistas da oposição encontrou uma inspiração de última hora no ex-negociador nuclear Hasan Rowhani, o único moderado na disputa. Sua vitória seria vista como um contratempo à cúpula de poder do Irã.
O presidente do Irã não tem voz direta em decisões importantes, como o programa nuclear e as relações externas, mas tem importância no cenário mundial. Se nenhum candidato obtiver a maioria dos votos, um segundo turno com os dois melhores colocados será realizado em 21 de junho. Os resultados devem ser divulgados no sábado.
Os apoiadores de Rowhani vinham pressionando os reformistas a votarem e abandonarem os planos de boicotar as eleições em protesto aos anos de prisões e intimidação. "Eu e minha mãe votamos em Rowhani", disse Saeed Joorabchi, estudante de geografia, após ter votado em uma mesquita de Teerã.
Apesar da aparente empolgação nas fileiras reformistas, também havia fervor por outros fortes candidatos: o negociador nuclear linha-dura Saeed Jalili e o prefeito de Teerã, Mohammad Bagher Qalibaf, que é ajudado por sua reputação de competência administrativa.
"Devemos resistir ao Ocidente", disse o motorista de taxi Hasan Ghasemi, que apoia Jalili.
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