Cotidiano

Investigadas na Lava Jato realizam obras na Baixada Santista

Três dos quatro consórcios que disputam a concorrência do Túnel Submerso Santos-Guarujá têm empresas citadas na operação; empreiteiras também atuam em obras como a do VLT

Publicado em 25/01/2015 às 10:18

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Obras milionárias estão sendo executadas na Baixada Santista. Outras intervenções de grande porte já foram concluídas e contribuem para o desenvolvimento da Região. Mas, quais são as empresas por trás destas grandes obras? Por exemplo, quem são as empreiteiras por trás dos consórcios que concorrem à execução das obras do Túnel Submerso Santos-Guarujá?

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No próximo dia 2 de fevereiro será conhecido o consórcio que executará uma das obras mais esperadas da Região e um dos maiores empreendimentos que o Estado já fez na Baixada, como a própria Desenvolvimento Rodoviário do Estado (Dersa), responsável pela obra, se orgulha em dizer. O que pouca gente sabe é que dos quatro consórcios concorrentes, três têm empresas citadas no escândalo da Operação Lava Jato.

Ao todo, 13 empresas divididas em quatro grupos (consórcios) disputam a licitação. De todas elas, cinco estão sendo investigadas pela Polícia Federal: Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e Constran. Os grupos foram préqualificados e agora participam do edital de licitação de construção. O valor estimado de contrato é de R$ 2 bilhões.

Os consórcios são compostos por empresas brasileiras e estrangeiras. Túnel Santos- Guarujá é formado pelas nacionais Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão e a holandesa Strukton. O ISG – Interligação Santos- Guarujá é composto pelas brasileiras Andrade Gutierrez e CR Almeida e a coreana Daewoo. O consórcio Nova Travessia conta com a junção das nacionais Constran e Piacentini Tecenge e a italiana Mantovani. Já o Sigma é formado pelas italianas Salini Impregilo e Grandi Lavori e a nacional J.Malucelli.

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Questionado sobre se as investigações da Lava Jato não atrapalhariam o processo de construção do Túnel Santos- Guarujá, o presidente da Dersa, Laurence Casagrande, garante que esta segurança a empresa tem desde o início do projeto. “O edital de licitação do Túnel Submerso foi elaborado para proteger o empreendimento de riscos relativos à eventual falta de domínio técnico e/ou incapacidade financeira dos licitantes”, explica através de nota encaminhada à Reportagem do Diário do Litoral.

Além disso, o presidente acredita ser pouco provável que a empresa vencedora não consiga arcar com o empreendimento. “As regras da licitação fazem com que dificuldades financeiras de eventuais licitantes diminuam sensivelmente sua competitividade no certame. Mas, se a empresa vencedora tiver problemas para executar o empreendimento, o contrato será cancelado e ela terá que arcar com multas pesadas, execução das garantias e outras sanções cabíveis”, garante. Em caso de cancelamento de contrato, para a continuidade das obras, a Dersa explica que irá avaliar a vantagem de convocar o segundo colocado ou realizar nova licitação.

Questionadas sobre as garantias dadas para o empreendimento não sofra por conta das investigações da Lava Jato, gaas empresas citadas no processo preferem não dar muitas satisfações. A Odebrecht, por exemplo, afirma que “não faz comentários sobre processos licitatórios em andamento” e garante que “os negócios com participação da empresa prosseguem normalmente”. As empresas Constran, OAS e Queiroz Galvão preferiram não se manifestar sobre o assunto.

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Já a empresa Andrade Gutierrez reforça seu posicionamento de que “não tem ou teve qualquer relação com os fatos hoje investigados pela Operação Lava Jato”. E ainda explica que “todos os contratos com a Petrobras foram realizados dentro dos processos legais de contratação”. Além disso, garante que a posição de caixa da empresa – R$ 2,35 bilhões no final do ano – “supera todas as dívidas além das garantias fornecidas pela Companhia, o que coloca a mesma numa posição de liquidez diferenciada e com solidez financeira ímpar dentro do mercado de construção”.

Três dos quatro consórcios que disputam o contrato do Túnel têm empresas citadas na Operação Lava Jato (Foto: Divulgação)

Outras obras

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Algumas das empresas citadas na Operação Lava Jato já são conhecidas por executar grandes obras na Região ou por serem responsáveis por grandes empresas. O grupo Odebrecht, por exemplo, é acionista da Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport) – Odebrecht TransPort -, situada na margem esquerda do Porto de Santos.

A OAS também investe em empreendimentos residenciais na Região e foi responsável pela construção do residencial Solaris, em Guarujá. O grupo também foi responsável pela implantação do Projeto Integrado Santos que visa o fornecimento de gás natural canalizado da Comgás a clientes da Região.

A Constran também atuou em Guarujá. Foi a construtora responsável pela obra de implantação da Avenida Perimetral da margem esquerda do Porto de Santos. Já a Queiroz Galvão é uma das empresas integrantes do consórcio Expresso VLT da Baixada, responsável pelas obras de construção do tão sonhado Veículo Leve sobre Trilhos.

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Operação Lava Jato

Com início em um posto de gasolina – de onde surgiu o nome da investigação -, a Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal em março de 2014 e que já conta com sete fases, investiga um grande esquema de lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a Petrobras, grandes empreiteiras do País e políticos.

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