Entre os animais que mais preocupam os especialistas estão os peixes exóticos / Divulgação
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O aumento da presença de espécies exóticas invasoras em áreas de preservação tem gerado grande preocupação entre especialistas e ambientalistas. Essas espécies, introduzidas por ação humana, seja de forma intencional ou acidental, competem com a fauna e flora nativas, colocando em risco a biodiversidade local.
Um levantamento recente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) aponta que o problema tem se agravado no Brasil, com impacto direto em Unidades de Conservação Federais (UCs), incluindo regiões costeiras.
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O estudo revela que, em um período de cinco anos, o número de espécies invasoras nessas áreas cresceu significativamente, como é o caso da tilápia e do peixe-leão.
Foram catalogadas 290 espécies exóticas invasoras, sendo 162 de flora e 128 de fauna, em quase 73% das UCs do país.
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Esse avanço representa um sério risco para o equilíbrio ambiental, já que muitas dessas espécies se reproduzem rapidamente e competem com as nativas por alimento e habitat.
Entre os animais que mais preocupam os especialistas estão os peixes exóticos. O monitoramento identificou 60 espécies invasoras em UCs, destacando-se as tilápias, originárias da África.
Espécies como a Oreochromis niloticus e a Coptodon rendalli, que foram inicialmente introduzidas para aquicultura, já estão presentes em diversas áreas de preservação e representam uma ameaça direta para os ecossistemas aquáticos.
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A proliferação descontrolada dessas espécies ocorre, principalmente, por escapes de criações comerciais.
No caso do peixe-leão, que é originário dos Oceanos Índico e Pacífico, o fato de conseguir se reproduzir com muita rapidez torna a invasão deste predador ainda mais perigosa.
Estudos apontam que, quando uma espécie invasora se estabelece e começa a se reproduzir em grande escala, torna-se praticamente impossível conter sua expansão.
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No caso das tilápias, o impacto é grave, pois elas competem com espécies nativas por alimento e podem alterar a composição dos ecossistemas, prejudicando a biodiversidade local.
Além dos peixes, o levantamento do ICMBio identificou outros grupos de animais invasores que ameaçam a biodiversidade.
Os invertebrados, por exemplo, somam 36 espécies invasoras, sendo a abelha africanizada (Apis mellifera) uma das mais presentes, registrada em 108 Unidades de Conservação.
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Já entre os mamíferos, os roedores, como camundongos e ratazanas, são os mais numerosos, sendo encontrados em dezenas de áreas protegidas.
O avanço dessas espécies tem impactos ambientais e econômicos severos. Estudos recentes estimam que os prejuízos causados pelas espécies exóticas invasoras no Brasil chegam a R$ 15 bilhões por ano.
Esses danos incluem a perda de biodiversidade, alterações no equilíbrio ecológico e impactos na pesca e na agricultura.
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Especialistas enfatizam a importância do monitoramento contínuo das espécies invasoras e a implementação de estratégias eficazes para seu controle.
O levantamento do ICMBio serve como um instrumento fundamental para acompanhar a evolução do problema e direcionar políticas públicas voltadas à proteção das Unidades de Conservação.
A conservação da biodiversidade exige esforços conjuntos entre governos, cientistas e a sociedade.
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A conscientização sobre o impacto das espécies invasoras e a adoção de medidas para evitar sua disseminação são passos essenciais para preservar os ecossistemas naturais, especialmente em áreas litorâneas que enfrentam desafios ambientais constantes.