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A interdição do Instituto Médico Legal (IML) de Santos já reflete nos serviços do IML de Guarujá. Desde a última sexta-feira, o equipamento de Guarujá recebeu 10 cadáveres dos municípios além de sua jurisdição. Uma única geladeira, com capacidade para a conservação de 12 corpos, dá o suporte para os serviços.
Atualmente, o IML de Guarujá é o equipamento responsável pelas necropsias e laudos cadavéricos de todas as cidades da Baixada Santista e Itariri, no Vale do Ribeira. Isso porque o IML de Santos foi interditado pela Vigilância Sanitária do Município na última sexta-feira, que alegou condições insatisfatórias de saúde pública e saúde do trabalhador verificadas no local. O equipamento de Praia Grande está fechado desde o final do ano passado.
O efeito cascata recaiu sobre Guarujá, que atendia somente a demanda local e de Bertioga. Fonte da Polícia Civil ouvida pelo Diário do Litoral relata que a situação no IML do Município deve ficar crítica.
Segundo este servidor, que pediu para manter sua identidade preservada, o IML de Guarujá recebeu 10 cadáveres desde que ocorreu a interdição em Santos. Esse número é somado à média diária de três cadáveres que o equipamento já recebe habitualmente.
Para tudo isso, uma única geladeira, com capacidade para 12 corpos, está disponível no local. A sorte, segundo a fonte ouvida pelo DL, é que, no último final de semana, nove dos 10 cadáveres excedentes foram retirados pelas famílias no mesmo dia do óbito. Apenas um permanece em conservação no equipamento.
Interdição
O IML de Santos foi interditado um dia após matéria publicada no Diário do Litoral mostrando as condições do equipamento. Na quinta-feira passada, dia 17, a Reportagem esteve no local e comprovou a denúncia do presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de São Paulo na Região de Santos (Sinpolsan), Walter de Oliveira Santos.
Os corpos estavam guardados sem resfriamento no local, porque a única geladeira do equipamento tinha espaço para apenas 14 cadáveres. Desde o fechamento do IML de Praia Grande, o IML de Santos vinha recebendo até nove corpos por dia. Antes, a média era de três.
Com a demanda triplicada, os funcionários do equipamento estavam trabalhando em condições insalubres, já que os corpos estavam ocupando diversas salas do IML, entre elas uma área ao lado da recepção do equipamento, sem qualquer tipo de resfriamento.
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SSP
A Superintendência da Polícia Técnico Científica, ligada à Secretaria de Segurança Pública do Estado (SPP), informou que a Prefeitura de Santos iniciou ontem os primeiros reparos no IML local. A expectativa é de que o posto volte a funcionar até a próxima sexta-feira, dia 25, para o atendimento de exames de corpo de delito e sexologia. Os exames necroscópicos somente serão retomados após a liberação da Vigilância Sanitária municipal.
O órgão ressalta que, enquanto todo o serviço está concentrado no IML de Guarujá, é enviada à unidade uma equipe auxiliar composta de um médico legista, um auxiliar de necropsia e um atendente de necrotério para ajudar nas perícias locais todos os dias.
A possibilidade de locação de contêineres refrigerados, que dariam suporte para armazenar cadáveres, está sendo reavaliada pela superintendência, “uma vez que será instalada uma câmara frigorífica, já durante estas obras da Prefeitura (de Santos)”, ressalta o órgão em nota.
Sobre o IML de Praia Grande, o órgão esclarece que o processo licitatório para a contratação da empresa que realizará reforma está em andamento.