Cotidiano
Projeto Memórias, Narrativas e Tecnologias Negras conta com pesquisa histórica, mapeamento de pessoas, iniciativas e infraestruturas, além de plataforma multimídia, que será atualizada permanentemente.
Até o dia 30 de maio o Instituto Procomum disponibiliza um formulário online para que pessoas, iniciativas e lugares que remetem ao passado e ao presente da população negra da Baixada Santista sejam mapeados. / DIVULGAÇÃO/INSTITUTO PROCOMUM
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O Instituto Procomum – por meio do Lab Procomum, criado em 2017 e que acolhe diferentes comunidades de criação e práticas organizadas em torno de grupos permanentes de trabalho e de estudo – segue avançando com o Projeto Memórias, Narrativas e Tecnologias Negras, realizado em parceria com o Instituto Ibirapitanga, desde junho do ano passado.
No último dia 13 de maio, data que oficialmente marcou os 133 anos da Abolição da Escravatura no Brasil, as etapas seguintes da iniciativa foram anunciadas.
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O objetivo é reforçar a proposta em estabelecer um contraponto crítico ao processo de apagamento da memória e ancestralidade negra na região.
Além da conclusão de um dos eixos principais do projeto - uma pesquisa inédita realizada pelo jornalista Marcos Augusto Ferreira, intitulada “Memórias Apagadas da Terra da Liberdade” -, o Instituto também está realizando um mapeamento de pessoas, infraestruturas e iniciativas negras da atualidade.
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Residências artísticas com grupos da região, prototipagens e intervenções no território urbano, encontros formativos e um webinário sobre o conteúdo da pesquisa estão entre as próximas etapas que construirão amplo painel dedicado a demonstrar a variedade de perspectivas sobre o protagonismo negro na Baixada Santista.
O conteúdo final do projeto, que inclui o texto inaugural e final da pesquisa, biografias e artigos produzidos, será disponibilizado em agosto deste ano em plataforma de acesso multimídia – e permanecerá em constante atualização.
O resgate das ‘memórias apagadas’ – A pesquisa Memórias Apagadas na Terra da Liberdade” percorre o território urbano de hoje para resgatar, por meio de entrevistas, documentos e registros históricos, as memórias dos povos negros da Baixada Santista, sobretudo em Santos.
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Para o autor do trabalho, Marcos Augusto Ferreira, jornalista especializado em Política e Relações Internacionais, pesquisador da história e literatura africana e de temas da cultura afro-brasileira, ainda que História e memória se utilizem mutuamente para a construção de narrativas, a primeira, ao propor um registro em recortes temporais, tende a diluir a segunda, especialmente quando não há interesse para a abordagem desejada.
“Quantas cidades existem sob as ruas, alamedas, avenidas, praças e concretos por onde transitamos hoje? Seguramente são em quantidade infinitamente maior àquela que nos faz supor o espaço urbano de casarões e arranha-céus que demarcam áreas de privilégios e privilegidados”, argumenta.
Mapeamento
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Até o dia 30 de maio o Instituto Procomum disponibiliza um formulário online para que pessoas, iniciativas e lugares que remetem ao passado e ao presente da população negra da Baixada Santista sejam mapeados.
O acesso é livre para qualquer pessoa interessada em contribuir com o projeto, no endereço: https://forms.gle/Mcxm6Bx9TWBauTb97
“O apagamento histórico das nossas memórias coletivas não pode mais ser uma forma de atuação do racismo. Para nós essa é uma pesquisa-ação permanente, que seguirá para além do projeto. Esperamos que dure o tempo necessário para que possamos mudar essa lógica”, comenta Marina Pereira, gerente de comunidades e experimentações do Instituto Procomum.
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Sobre o Instituto Procomum - O Instituto Procomum é uma organização sem fins lucrativos que trabalha para ativar e participar de redes cujo foco é promover a transformação social e inventar um mundo comum entre diferentes.
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