Cotidiano
Somente empreendimentos lançados após 2005 são obrigados a oferecer vagas para bicicletas, conforme a lei complementar municipal nº 528/2005, a Lei de Pólos Geradores de Trânsito e Transporte
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A instalação de bicicletários e paraciclos não avança na mesma velocidade que as campanhas em prol do uso das bicicletas como principal meio de transporte e a construção de ciclovias. A oferta de bicicletários depende da iniciativa privada que não tem interesse.
Em Santos, a Prefeitura, por meio da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Santos) instala paraciclos por toda a cidade, mas apesar de a oferta de vagas ser menor do que a demanda, neste caso é o ciclista que resiste em usufruir devido ao risco de furto.
Atualmente, Santos oferece 496 vagas para bicicletas em 46 paraciclos distribuídos em locais diferentes como o Centro, Zona Noroeste, praias e Zona Intermediária. Segundo o presidente da CET-Santos, Rogério Crantschaninov, nos próximos dias, os ciclistas contarão com mais 42 vagas em cinco outros pontos da Cidade. “Fora isso temos estudos para oferecer mais 119 vagas em 11 diferentes locais”.
Em Santos, os ciclistas podem se locomover entre os 20,9 quilômetros de ciclovias interligadas e, em breve, contarão mais 7 quilômetros que estão sendo construídos nas avenidas Ana Costa e Pinheiro Machado (Canal 1). Porém, não contam com bicicletários para estacionarem suas bicicletas.
“A escolha dos locais para a instalação dos paraciclos não tem relação direta com as ciclovias, mas com os locais onde as pessoas deixam suas bicicletas, pontos onde mais verificamos bicicletas amarradas em postes, por exemplo”, explicou Crantschaninov.
Para o presidente da Associação Brasileira de Ciclistas (ABC), Jessé Teixeira Félix, os paraciclos são válidos, mas estão instalados em locais pouco visíveis, o que aumenta o receio de furto dos ciclistas.
O representante da ABC afirmou que Santos carece de pelo menos seis bicicletários em locais como shoppings, comércios e escolas. “Já que a Prefeitura está investindo em ciclovias poderia construir bicicletários, até contar com a iniciativa privada para isso. Acho que até R$ 1 para guardar a bicicleta o ciclista pagaria”.
De acordo com Jessé, os locais com maior movimentação de ciclistas em Santos são a Ponta da Praia, José Menino, Centro, Vila Belmiro, Morros, Vila Mathias e Gonzaga. Ele sugere a instalação de um bicicletário também na Praça dos Andradas, próximo à Estação Rodoviária de Santos, no Centro.
Mas, segundo o presidente da CET-Santos, o poder público não pretende instalar bicicletários, mas tem recomendado aos estabelecimentos comerciais que ofereçam vagas para ciclistas, uma vez que não são obrigados. Somente os estabelecimentos abertos após a promulgação da Lei Complementar Municipal nº 528/2005, a Lei de Pólos Geradores de Trânsito e Transporte, é que obriga a oferta de vagas para ciclistas mediante concessão da licença.
Jessé estima que circulam nas cidades da Baixada Santista cerca de 350 mil bicicletas. “A maioria dos trabalhadores que trafegam por Santos de bicicleta são moradores de Guarujá, Cubatão, São Vicente, Mongaguá, entre outras cidades. O ciclista de Santos tem outro perfil. Os santistas usam as bicicletas para percursos curtos como ir até a padaria, ao açougue, praia, não como meio de transporte para ir e vir do trabalho”, disse Jessé.
De acordo com Jessé, poucos locais oferecem bicicletários em Santos. “A Unisanta oferece 1.200 vagas par bicicletas e a Unip, 150. Nós fizemos uma campanha junto às universidades por causa dos estudantes”.
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