Cotidiano

Infectologistas veem colapso e clamam por lockdown com urgência na Baixada Santista

A maioria dos hospitais das cidades da Região está com a ocupação máxima e pacientes aguardam vaga em leitos de Covid-19

Da Reportagem

Publicado em 18/03/2021 às 13:54

Atualizado em 18/03/2021 às 14:54

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Entrevista coletiva foi realizada na manhã de hoje (18) / Reprodução/Facebook

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Em entrevista coletiva realizada na manhã desta quinta-feira (18), na Secretaria de Saúde de Santos, infectologistas clamaram por um lockdown e medidas ainda mais restritivas na Baixada Santista em razão do aumento do número de casos e internações por Covid-19. A maioria dos hospitais das cidades da Região está com a ocupação máxima e pacientes aguardam vaga em leitos de Covid-19.

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Estiveram presentes na entrevista representantes das redes hospitalares pública e privada, entidades da classe médica e especialistas em infectologia, assim como o secretário de Saúde de Santos, Adriano Catapreta e dirigentes dos hospitais: Ana Costa, Beneficência Portuguesa, Casa de Saúde, Complexo Hospitalar dos Estivadores, Frei Galvão, Santa Casa, Santo Expedito (Apas) e Hospital Vitória. O presidente da Associação Paulista de Medicina – Santos, Antonio Joaquim Ferreira Leal, também esteve presente.

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Segundo Catapreta, a situação de Santos é muito mais grave do que aquela que foi considerada anteriormente, e o secretário afirmou que seu maior medo, no momento, é começar a observar óbitos sem qualquer tipo de assistência, algo que já ocorre em outras regiões do Estado de São Paulo. Os profissionais da saúde pediram por um lockdown urgente ou ao menos medidas ainda mais restritivas. Atualmente, o governo Doria recomenda que existam de dez a 30 leitos dedicados a pacientes com Covid-19 para cada 100 mil habitantes no município. Catapreta explica que Santos possui 77 leitos para centena de milhar de pessoas, mais do que o dobro do que é pedido, mas como os pacientes costumam ficar pelo menos 21 dias internados, os leitos não são capazes de dar conta da demanda que vem crescendo a cada semana.

"A pedido da Prefeitura de Santos eu e o colega Marcos Caseiro estivermos conversando com o secretário de saúde e nosso entendimento é quedada a gravidade, a complexidade no momento nós tenhamos que fazer um período de lockdown de uma restrição de circulação máxima para que a gente consiga desafogar o sistema de saúde. Hoje foi feito uma reunião com todos os hospitais da cidade e o cenário dentro dos hospitais públicos quanto privados é exatamente esse: esgotamento da rede", afirma o professor Evaldo Stanislau, infectologista em Santos.

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Mesmo com um eventual aumento dos leitos de UTI, o secretário explica que a medida não seria suficiente e que o objetivo nesse momento deve ser o de não ocupar os leitos restantes de qualquer maneira e isso só seria possível se as pessoas parassem de ser contaminadas pelo coronavírus, algo que só pode ser alcançado caso a população mude, de forma drástica, a sua rotina, algo que só deve ser alcançado com a imposição de uma quarentena rígida ao extremo.

"Não dá para você ter atendimento nem de situações relacionadas a Covid porque faltam leitos e sequer das outras situações clínicas eletivas, residenciais porque o sistema já está muito saturado. Nesse sentido houve um consenso de que não tem como não se fazer um lockdown nesse momento. Qual que é a dificuldade, qual que é o passo seguinte que está sendo negociado? Não adianta Santos sozinha fazer um lockdown, eu acho que no limite até pode ser feito, mas para ter a maior eficácia seria interessante que toda a região acompanhasse ou pelo menos as principais cidades da região para que a gente então consiga diminuir a circulação do vírus, ganhar um fôlego assistencial, desafogar um pouco a rede de assistência e aí partir para um plano de saída do lockdown que envolveria, inclusive, uma outra abordagem da condução de testes e de mapeamento de casos e contactantes para que a gente não volte ao ponto em que estávamos", conclui Stanislau.

Além da rede pública, as unidades privadas de saúde também começa a ficar sem recursos. Claudio Guerra Zenaide, diretor-presidente da Unimed Santos, explica que já existem pacientes que esperam por vagas que venham a ser abertas em leitos destinados a pessoas com Covid-19. No momento, nenhuma unidade da rede é capaz de realizar transferências.

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Até a atualização da noite desta quarta-feira (17), a taxa geral de ocupação dos 689 leitos Covid-19 disponíveis em Santos está em 69%. Entre os 328 leitos de UTI, a ocupação é de 74%. Na rede SUS, a taxa é de 64% e na rede privada, de 87%.

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