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A indústria paulista fechou o ano de 2014 com 130 mil demissões, segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Pela primeira vez, todos os 22 setores industriais sondados registraram saldo de demissões no Estado, diz a entidade. A indústria de produtos alimentícios foi que a mais demitiu em novembro, 17.579 funcionários.
Esta crise, que afeta todos os setores do País, também atingiu o Polo Industrial de Cubatão. “Para esse cenário, tem forte influência a carga tributária, os encargos, a relação desempenho da mão-de-obra x custos (incluindo benefícios), as dificuldades logísticas, os juros altos, os custos de energia e insumos elevados, a entrada de produtos importados sem barreiras logísticas e, em alguns casos, com preços subsidiados na origem”, explica a diretoria do Ciesp Cubatão.
E o que se perdeu em 2014, as demissões e todos os índices em baixa apresentados pela indústria paulista estão longe de serem recuperadas. “O cenário de 2014 não é reversível. Para 2015, somente se as ações econômicas aumentarem a credibilidade da iniciativa privada para atender o crescimento da demanda. É importante ter foco na busca de oportunidades de redução de custo e melhoria na eficiência logística e de contratações”, explica a diretoria do Ciesp.
E a previsão é de que a crise industrial continue em 2015. A expectativa para este ano é apenas se manter no mercado. “Sobreviver a 2015 aguardando que medidas eficazes sejam implementadas pelo governo mesmo que não surtam efeitos durante o ano, talvez somente em 2016 ou 2017. As empresas terão de buscar redução de custos para se manter competitivas e conseguir continuar no mercado cada vez mais inundados por produtos importados. Também será importante manter preparados os investimentos para crescimento caso hajam sinalizações positivas de mudanças de cenário”.
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Cubatão
Preocupada com este cenário, a prefeita de Cubatão, Marcia Rosa, foi à Brasília no mês passado para defender políticas de proteção à indústria brasileira. “A recuperação da indústria de base é fundamental para o crescimento do país. Temos de encontrar medidas que protejam as nossas empresas, os trabalhadores e seus empregos”, alertou a prefeita sobre a crise na produção industrial brasileira que vem afetando o Polo Industrial cubatense, durante audiência no Palácio do Planalto, na Secretaria de Relações Institucionais (SRI). Ela foi recebida pelo chefe de gabinete do ministro Pepe Vargas, Orlando Desconsi, e pelo subchefe de assuntos federativos, Gilmar Dominici. Marcia Rosa lembrou que a crise no polo de Cubatão também tem afetado as receitas do Município.
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“Por mais que estejamos buscando outras fontes de arrecadação, ainda somos extremamente dependentes do ICMS originado na produção industrial. Isso acontece em outras cidades brasileiras de perfil industrial”. Durante o encontro, que fez parte de agenda oficial que cumpriu em Brasília, Marcia também defendeu o apoio das estatais na valorização da mão de obra local: “No nosso caso, queremos que a Petrobras amplie a contratação de trabalhadores de nossa Cidade. É assim que o Município e a região crescem: gerando emprego e renda dentro de sua comunidade”, acredita a prefeita.