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Ignorando apelos de grupos da sociedade civil, a Índia enforcou nesta quinta-feira um contador condenado por apoiar os ataques de 1993 em Mumbai, que mataram 257 pessoas no pior atentado terrorista na história do país. A polícia impediu a imprensa de publicar imagens do funeral de Yakub Abdul Razak Memon, aparentemente temendo reações contra a execução que para muitos foi motivada por questões políticas.
As execuções são algo raro na Índia e na última década apenas duas outras ocorreram, ambas também de terroristas condenados. Nos dois casos anteriores houve uma conduta de extremo segredo e o fato foi anunciado apenas posteriormente. Os corpos foram enterrados dentro de prisões, não tendo sido entregues para as famílias.
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O corpo de Memon foi entregue à família dele e a polícia determinou a proibição de fotos e vídeos. Vários jornalistas foram avisados apenas após o início do funeral sobre a proibição e, na noite de quinta-feira, havia imagens no Facebook que segundo algumas pessoas eram da cerimônia.
Memon foi executado no dia de seu aniversário de 53 anos, numa prisão no oeste da Índia onde estava encarcerado desde 1994. Os advogados tentaram um esforço de última hora para salvá-lo, mas os pedidos foram negados.
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Condenado em 2007 por ajudar a levantar fundos para as explosões que atingiram a Bolsa de Valores de Mumbai, escritórios da Air India e o escritório estadual de transportes, três hotéis, um posto de gasolina e um teatro em 12 de março de 1993. Os ataques foram vistos como uma vingança pela demolição de uma mesquita medieval no norte da Índia por nacionalistas hindus. A demolição gerou distúrbios religiosos em várias partes do país, deixando mais de 800 mortos, em sua maioria muçulmanos.
Grupos pelos direitos humanos, incluindo a Anistia Internacional lamentaram o enforcamento.
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