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Um incêndio de proporções médias, conforme informou o Corpo de Bombeiros, foi suficiente para destruir, nesta quinta-feira (24), o depósito de roupas das Lojas Marisa da Avenida Marechal Floriano Peixoto, 51, no Gonzaga, em Santos. Os bombeiros levaram quase três horas para extinguir as chamas e não houve vítimas.
O comandante dos Bombeiros, coronel Eduardo Nocetti, não soube informar o que motivou o incêndio, que necessitou de 12 viaturas – sendo quatro caminhões tanque – e 25 homens, além de reforços da Polícia Militar (10 homens), guardas municipais, técnicos da Defesa Civil e agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que tiveram que interditar o trecho da avenida entre as ruas Pereira Barreto e Marcílio Dias.
Segundo uma funcionária da Marisa que não quis ser identificada, o incêndio foi descoberto por volta das 11h30 após o alarme da loja ser acionado. “Eu não posso dar depoimento, mas a ordem era para todos abandonarem a loja e foi isso que fizemos”, disse enquanto, ao mesmo tempo, falava com um parente ao telefone.
Todos os funcionários, inclusive os das lojas do entorno, foram para o outro lado da rua. Alguns estabelecimentos foram fechados. Às 12 horas, o Corpo de Bombeiros isolou a área colocando uma fita zebrada para proteger as pessoas, que se aglomeravam em frente e ao lado da loja para tirar fotos com o celular.
Durante a primeira meia hora do acidente (até às 12h30), praticamente não se via as chamas. Um pouco de fumaça preta começou a escapar por entre chapas de alumínio sobre a fachada da loja, sendo necessária a remoção das peças para ventilar a área e facilitar o trabalhos. Elas foram arrancadas pelos bombeiros, o que ocorreu por volta das 13 horas, com a ajuda da escada Magirus, que acomodou três homens em sua ponta. Os bombeiros chegaram a arrancar as placas com as próprias mãos.
Após essa ação, os bombeiros utilizaram uma mangueira de alta pressão, que foi insuficiente para diminuir as chamas que começaram a intensificar, assim como a fumaça negra que já tomava a fachada do imóvel. O telhado não foi atingido. Entre 13h20 e 13h25, duas explosões foram ouvidas causando um pouco de pânico aos que observavam os trabalhos.
Os bombeiros resolveram usar um canhão de água na ponta da escada para combater o fogo dentro do depósito. O equipamento era controlado na base do caminhão. O fogo foi sendo controlado e os bombeiros, com cilindros de ar nas costas, ingressaram no imóvel pelo espaço formado após a retirada das placas de alumínio.
Outra equipe entrou no imóvel partindo do térreo da loja, formando duas frentes de combate ao fogo. Às 13h30, a CPFL cortou a rede elétrica isolando praticamente todos os imóveis da área. Às 13h45, a fumaça negra vinha dos fundos da loja e mais uma equipe, agora com quatro homens, subiu novamente com o canhão de água para intensificar o combate dentro do imóvel.
Somente por volta das 14 horas é que o fogo começou a diminuir, com a ajuda de um hidrante localizado à Rua Quintino Bocaiuva. O Plano de Auxílio Mútuo não precisou ser acionado. Às 14h50, os bombeiros conseguiram apagar o fogo e o rescaldo foi iniciado.
Durante toda a operação de combate ao fogo, a CET ampliou a interdição da Avenida Floriano Peixoto entre a Avenida Bernardino de Campos (Canal 2) e a Praça Independência. Uma equipe com 16 operadores (com viaturas e motos) isolou a área e orientou o trânsito.
Coronel revela detalhes o acidente
Em entrevista durante os trabalhos de rescaldo, o coronel Nocetti disse que a causa levará dias para ser descoberta, após trabalho da perícia técnica. “O incêndio se concentrou no terceiro pavimento, onde fica o depósito da loja, atingindo gondolas, prateleiras e roupas. A estrutura do imóvel, aparentemente, não está comprometida. Não há indícios de rachaduras ,mas, por conta do uso de água, a estrutura elétrica terá que ser revisada”, disse o coronel.
Nocetti ratificou que o combate exigiu duas frentes – uma pelas escadas internas no fundo do imóvel e outra via área pela área externa, com auxílio da escada Magirus. “Com a diminuição do oxigênio, fica uma queima em brasa e muita fumaça, por isso tivemos um pouco de dificuldades. Mas tudo correu dentro do previsto”, disse o bombeiro, alertando que o uso do hidrante da Rua Quintino Bocaiúva estava dentro da normalidade. “Pegamos um que estava com excelente pressão”.
O coronel disse que houve um pouco de dificuldade em função de ser um andar fechado, atrapalhando a respiração dos bombeiros, que justificou a utilização de cilindros de ar. Ele acredita que o resultado da perícia deverá sair em 30 dias. “É a Polícia Técnica Científica que irá fazer esse trabalho e eu não acredito que o fogo atingiu os prédios vizinhos. Mas é a Defesa Civil que irá atestar se houve, ou não, danos às estruturas dos imóveis ao lado da loja”, finalizou.