Cotidiano

Incêndio destrói acampamento do MST no Distrito Federal

Segundo a integrante da coordenação do MST no Distrito Federal, Petra Magalhães, os acampados suspeitam que o incidente tenha sido criminoso

Publicado em 15/08/2014 às 16:25

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Um incêndio destruiu o Acampamento Kenon, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), no Distrito Federal. Segundo a integrante da coordenação do MST no Distrito Federal, Petra Magalhães, os acampados suspeitam que o incidente tenha sido criminoso. Ela informou que os cerca de 200 barracos armados no local foram perdidos.

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Petra Magalhães conta que, por volta das 11h de ontem (14), cerca de 100 famílias estavam no acampamento, às margens da Rodovia BR-020, na região de Planaltina. “Três carros estavam parados à beira da rodovia e estávamos em atividade no acampamento, e de repente surgiu o fogo lá em cima [próximo à rodovia]. Pegou fogo em um barraco próximo e não conseguimos mais controlar, incendiou o acampamento todo”, disse ela. O incêndio só terminou por volta das 15h.

“Nós estamos em uma área de conflito, que ocupamos há menos de um mês. É uma área grilada. Também teve um incêndio em outro acampamento, o 8 de Março. Então, é muito estranho. Não vamos incriminar ninguém, mas dentro da nossa luta, vivemos em conflito com a grilagem de terra”, disse Magalhães. Segundo a Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), a área ocupada faz parte da Fazenda Toca da Raposa, pertencente à estatal, que move ação de reintegração de posse contra o invasor, Mario Zanatta, e os sem-terra.

Um incêndio destruiu o Acampamento Kenon, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), no Distrito Federal (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

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A  coordenadora disse que o MST reivindica a área de 298 hectares para reforma agrária. “A área já está sub judice, mas vamos manter a resistência e dar andamento ao processo. Vamos tentar marcar uma reunião com o governo e saber qual a proposta para resolver a situação. Ele [o agricultor que planta na área] produz milho e soja, mas sabemos que é monocultivo. O que queremos é trabalhar com agricultura familiar, com produtos orgânicos, sem agrotóxicos”, explicou.

Petra Magalhães ainda acusa o Corpo de Bombeiros de não haver atendido propositalmente aos chamados dos acampados para combater o fogo. Segundo ela, uma apoiadora do grupo, defensora dos direitos humanos, foi ao comando do quartel de Planaltina e soube que havia um relatório para que o acampamento não fosse atendido.

“Tivemos um outro incêndio, há mais ou menos 15 dias, chamamos os bombeiros, a viatura veio, mas não nos atendeu, foi para o milharal do fazendeiro, e quem controlou o fogo fomos nós. As famílias ficaram bem revoltadas e foram pra cima. Mas não fizemos nada com ninguém e nem depredamos a viatura, apenas um companheiro estava com uma enxada e bateu na lanterna, pela revolta da população. Isso não significa que eles têm que deixar de nos atender”, disse Petra.

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O chefe do Centro de Comunicação do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel William Bomfim, desconhece que haja esse relatório e vai apurar o que ocorreu, porque, quando uma ocorrência oferece algum risco do tipo, os bombeiros devem solicitar a presença da Polícia Militar para acompanhar o atendimento. Até a publicação desta matéria, a Agência Brasil não recebeu resposta.

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