Cotidiano
O assassinato de políticos, oficiais do Exército e jornalistas que apoiam o regime de Assad não são incomuns na Síria, mas a morte de um conhecido sírio no Líbano é algo raro
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Mohammed Darrar Jammo, importante partidário do governo sírio de Bashar Assad, foi assassinado com quase 30 tiros hoje (17) na cidade de Sarafand, importante reduto do Hezbollah, no sul do Líbano. A irritação em relação ao grupo militante xiita tem aumentado por causa de sua participação no conflito sírio ao lado de forças do presidente Bashar Assad.
O assassinato de políticos, oficiais do Exército e jornalistas que apoiam o regime de Assad não são incomuns na Síria, mas a morte de um conhecido sírio no Líbano é algo raro.
A violência ligada à guerra civil na Síria está aumentando do lado libanês da fronteira, ameaçando dar início a combates de larga escala. Na terça-feira, uma bomba colocada à margem de uma via atingiu um comboio do Hezbollah perto da fronteira síria. Na semana passada, um carro-bomba feriu 53 pessoas no sul de Beirute, coração do bastião de apoio ao grupo militante.
Os ataques indicam a crescente vulnerabilidade do Hezbollah por causa de sua participação na guerra na Síria. O envolvimento do grupo no combate provocou avisos de grupos rebeldes sírios, que ameaçaram retaliar o Hezbollah em seu próprio país.
O conflito sírio provocou profundas divisões no Líbano. Muitos libaneses sunitas apoiam o levante, majoritariamente sunita, contra Assad na Síria, enquanto xiitas geralmente apoiam o Hezbollah e o regime sírio. Combates entre grupos pró e contra Assad no Líbano resultaram em muitas mortes nos últimos meses, o que só aumentou na medida em que a participação do grupo no conflito se tornou conhecida.
Jammo, um político de 44 anos que costumava aparecer em emissoras árabes, era um dos mais fortes defensores de Assad. Durante participações em programas de entrevistas na televisão, ele apoiava fortemente a resposta armada do regime sírio contra o levante e numa dessas vezes gritou, chamando integrantes da oposição de "traidores".
Suas opiniões renderam a ele inimigos entre os membros da oposição síria e alguns deles se referiam a Jammo como "shabih", termo que designa homens armados ligados ao governo que teriam sido responsáveis por alguns dos piores assassinatos em massa da guerra civil.
Síria
Nesta quarta-feira, curdos armados capturaram a maior parte de uma cidade síria que faz fronteira com a Turquia, após um dia de confrontos contra grupos jihadistas na região, informou o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos.
Segundo o Observatório, os confrontos na cidade de Ras al-Ayn entre milícias do partido curdo União Democrática (PYD) e integrantes dos grupos Jabhat al-Nusra e Estado Islâmico do Iraque e do Levante, ambos ligados à Al-Qaeda, deixaram pelo menos 11 mortos. O grupo informou que os confrontos ocorreram a poucos metros de um posto de fronteira com a Turquia e que integrantes de grupos jihadistas tiveram de se retirar para vilas próximas.
Um funcionário do governo turco disse que um jovem de 17 anos foi morto na terça-feira numa cidade turca, vítima de balas perdidas disparadas em Ras al-Ayn.
A televisão síria informou nesta quarta-feira que um carro-bomba explodiu nas proximidades de uma mesquita em Kanakir, subúrbio de Damasco, mas não revelou o número de vítimas.
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