Cotidiano

IML de Santos tem sobrecarga de trabalho

De forma simultânea, crianças são atendidas pelo mesmo médico que faz necropsia. O local já foi fechado pela Vigilância Sanitária Municipal por falta de condições de funcionamento

Publicado em 12/07/2015 às 11:44

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Um médico para atender presos, fazer necropsia (procedimento que consiste em examinar um cadáver para determinar a causa e modo de morte e avaliar qualquer doença ou ferimento que possa estar presente) e exame de corpo de delito (que detecta lesões causadas por qualquer ato ilegal ou criminoso) em senhoras e crianças.

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Essa e outras situações, ocorridas no último dia 7, deixou o advogado Hemilton Carlos Costa revoltado com a sobrecarga de trabalho a qual funcionários do Instituto Médico Legal (IML) são submetidos. A Reportagem esteve na última sexta-feira, dia 10, no local e confirmou boa parte da denúncia.

“Estive no local das 10h30 às 13 horas e, em pouco mais de duas horas, enquanto aguardava a liberação do corpo para sepultamento, presenciei a situação. Uma verdadeira maratona de horror. O mesmo fissional que examina corpos em estado de putrefação, como foi o caso de meu cliente, tinha que atender uma menina de apenas três anos, suspeita de ter sido estuprada. Isso é uma vergonha”, afirma o advogado.

Unidade de Santos continua com problemas operacionais (Foto: Matheus Tagé/DL)

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Hemilton Costa também não se conforma de o IML de Santos não possuir transporte próprio para conduzir corpos. “Descobri que os corpos são transportados por veículos cedidos pelos velórios da Santa Casa de Santos e Beneficência Portuguesa. Cada semana é um hospital que atende o IML. Estamos falando o Estado de São Paulo, o mais rico da federação”, reclama.

No IML, o Diário constatou que, somente na sexta-feira, três crianças foram se submeter ao exame de corpo de delito. Também constatou que há funcionários com tripla função e que uma médica mal teve tempo de almoçar em razão da demanda de trabalho. Confirmou também que a unidade não possui veículo próprio, bem como em outras unidades da Região. 

Segundo informações, o local possui cinco médicos e três auxiliares, que trabalham em regime de rodízio (um médico por dia para atender tudo). O sistema é insatisfatório, conforme revela os funcionários. O Instituto já foi fechado pela Vigilância Sanitária Municipal por falta de condições de funcionamento. 

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Na época, a direção estadual do órgão prometeu mudar a situação. Procurada para se manifestar a respeito da situação, a Secretaria de Segurança Pública não encaminhou uma posição até a última sexta-feira.

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