Cotidiano

IML de Santos entra em colapso

Equipamento está fechado por danos estruturais devido às chuvas do início do ano; atendimento, só em Praia Grande ou Guarujá

Carlos Ratton

Publicado em 16/10/2020 às 07:00

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Prédio do IML está sucateado há meses e governos nada fazem / Nair Bueno/DL

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A morosidade entre o Estado e o Município de Santos está prejudicando a população santista. O Instituto Médico Legal (IML) do Município, localizado na Avenida Martins Fontes, 1215, no Saboó, entrou em colapso. Dias atrás, a comerciante Andrea Cristina Grosso se frustrou ao tentar fazer exame de corpo de delito no órgão, que transferiu o serviço para o IML de Praia Grande, cujo atendimento para exame só acontece de segunda à sexta-feira, das 14 às 16 horas.

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"Um absurdo. Todos as pessoas que precisam fazer exame de corpo de delito em Santos têm que ir para Praia Grande, perdendo um dia de trabalho praticamente. Eu uso bengala e tenho dificuldades para andar, principalmente depois do ocorrido. Ainda tomo medicamentos. As marcas da agressão estão diminuindo o que pode causar dificuldades ao exame", afirma, alertando que vai tentar um laudo particular para provar a violência.

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Confirmado

A Superintendência da Polícia Técnico Científica (SPTC) esclarece que o IML está fechado por danos estruturais devido às fortes chuvas no início do ano e aguarda a análise da Prefeitura de Santos sobre a autorização para a instalação da unidade em um novo endereço (Rua Bernardo Browne, 122, no Estuário). "O atendimento está sendo realizado pelos IMLs de Guarujá e Praia Grande, sem prejuízo à população", resume o Estado.

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Sobre o IML no Estuário, a Prefeitura de Santos informa que, no início de agosto, o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) apresentado pelo empreendedor foi disponibilizado no portal de Santos para ciência e contribuições da sociedade pelo período de 30 dias. Após essa etapa, o EIV foi encaminhado à Comissão Municipal de Análise de Impacto de Vizinhança (Comaiv), que atualmente analisa o estudo.

A Administração municipal lembra que a legislação vigente estabelece o prazo de 60 dias, prorrogável pelo mesmo período, para a Comaiv finalizar a análise, aprovar ou não o estudo e emitir o Parecer Técnico de Análise do Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (PTIV). Segundo a Lei Municipal Complementar, além do EIV e suas eventuais compensações e mitigações, também são exigidos pelo poder público todas as licenças de obras e de funcionamento.

Coimbra

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Há quatro meses, o deputado Tenente Coimbra (PSL) chegou a protocolar um requerimento na Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) cobrando uma posição do Governo sobre o suposto sucateamento do prédio. Conforme denúncias recebidas à época por Coimbra, problemas técnicos estariam obrigando o envio de corpos para Praia Grande, além do efetivo ser insuficiente e faltar equipamentos adequados.

Segundo o parlamentar, sem investimentos, o IML não consegue atender à demanda da Cidade, o que atrasa todo o processo de sepultamento das vítimas. O prédio encontra-se em precárias condições, com graves e antigos problemas estruturais, chegando quase ao sucateamento. "Recebemos a informação de que as câmaras frigoríficas para armazenar os corpos estariam quebradas e, por isso, seria necessário o traslado dos corpos", completou o parlamentar.

Resistência

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Vale lembrar que audiências públicas realizadas em Santos apontaram que implantação do equipamento no Estuário vem sofrendo resistência em parte dos moradores do bairro, que questionam que o prédio fica a apenas três metros de um prédio residencial e que sua instalação deve aumentar o fluxo de pessoas.

Os moradores vizinhos têm medo da desvalorização dos imóveis do entorno e da instalação da Polícia Científica regional no prédio, que acabará proporcionando acondicionamento de drogas e armas, que gerará insegurança entre os habitantes.

Numa das audiências, foi apresentada uma proposta alternativa de locação - um imóvel na Rua Martim Afonso, 141, próximo do Palácio da Polícia - por um valor bem inferior ao que será pago pelo Estado. O aluguel custará R$ 20 mil, o seja, R$ 10 mil a menos do que o Estado pretende pagar no imóvel do Estuário - R$ 30 mil.

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