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O Estado é laico (posição neutra no campo religioso). Porém, os adeptos das religiões afrodescendentes ainda não conseguiram obter uma posição da Prefeitura de São Vicente sobre em que local da orla será instalada a imagem de Iemanjá. A situação se arrasta há meses e nem a Câmara de Vereadores tem força suficiente para por fim ao imbróglio. Três cidades da Baixada já manifestaram interesse em abrigar a imagem, enquanto Prefeitura e Câmara da Cidade não se decidem.
Em fevereiro último, uma comissão de praticantes que luta por um espaço para abrigar a imagem pressionou os vereadores. Por intermédio de um requerimento do vereador Rafael Barreto (PPS), os parlamentares solicitaram uma posição do prefeito Luis Cláudio Bili (PP), que aguarda um posicionamento da Secretaria de Cultura, capitaneada por Amauri Alves.
Questionada, a Prefeitura de São Vicente voltou a argumentar que estuda a melhor localização. A Administração afirma que o estudo leva em consideração vários fatores, como interferência urbana e o paisagismo da Cidade, e adiantou que não há prazo definido para sua finalização devido a complexidade e das interligações com outras áreas da Administração Municipal.
Até hoje, a estátua está guardada na residência do espírita e jornalista Edgar Falcão, que se tornou uma espécie de guardião da obra, que mede 2,30 metros de altura por 1,5 de largura, pesa 123,2 quilos. Ela é um patrimônio do Município, que possui cerca de 45 mil praticantes da religião, espalhados por quase 400 terreiros.
Durante o encontro com os vereadores, o diretor da Associação Filhos de Aruanda, Hermogenes Jara, ressaltou que, além da religiosidade que é o mais importante, existe a questão turística. “No Réveillon, milhares de pessoas vão à praia para homenageá-la e agradece-la”, afirmou na ocasião.
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