Continua depois da publicidade
Para ajudar a transformar realidades em comunidades em situação de vulnerabilidade social, um grupo de moradores de Santa Cruz dos Navegantes está aprendendo que é preciso colocar a mão na massa. E na terra. É assim que cinco famílias formaram a horta comunitária de Santa Cruz dos Navegantes, que completou um ano neste mês. A proposta é trabalhar conceitos de fomento à geração de renda, economia solidária e a integração social.
No primeiro ano de atividades, já foram colhidos 20 quilos de mandioca e vários carrinhos de mãos cheios de verduras e ervas medicinais, que não foram contabilizados. Com a colheita realizada no fim do ano passado, foi possível lucrar R$ 612,50. Alguns colaboradores foram pagos e ainda há R$ 275,50 em caixa.
Continua depois da publicidade
O terreno foi disponibilizado pela Prefeitura de Guarujá, atendendo a um pedido dos moradores à prefeita Maria Antonieta de Brito. Além do espaço, a chefe do Executivo forneceu ao grupo ferramentas e equipamentos como rastelo, enxada, pá e carrinho de mão para a realização do trabalho. As ações são acompanhadas de perto pelo Governo Municipal, por meio das secretarias municipais de Desenvolvimento e Assistência Social e Desenvolvimento Econômico e Portuário, que realizam capacitações com o grupo.
Colheita – Alface, pimenta, mamão, quiabo, couve, mandioca, jiló, pepino, cenoura, chicória, feijão andu, coentro e almeirão são alguns dos itens que já foram colhidos, vendidos ou doados pela horta comunitária de Santa Cruz dos Navegantes. A iniciativa completou um ano neste mês e a lista ainda conta com tomate, cebolinha, hortelã, arnica, hortelã, erva cidreira e tomate. Os pés de laranja, romã e banana também já integram o espaço, que foi organizado pela comunidade num terreno disponibilizado pela Prefeitura.
Continua depois da publicidade
De acordo com a dona de casa Maria Alacoque Lopes de Teixeira, a ação começou depois de um pedido dos moradores à prefeita Maria Antonieta de Brito. Após quatro meses, aconteceu a primeira colheita. “O dinheirinho que a gente vai ganhando, fica no nosso caixa para comprar um lanche, uma semente que falta ou colaborar com alguém que venha ajudar. A gente não compra mais verdura. E é gostoso saber que tudo isso foi a gente que plantou. Quando venho aqui, mexer na terra, eu me sinto em paz”, relatou.
O porteiro aposentado José Lopes Pedrosa viu na horta uma forma de continuar em atividade. “Vim aqui dar uma força porque quem é acostumado a trabalhar não consegue ficar parado. Fico feliz porque estou ajudando e movimento o corpo”, disse.
Já a monitora local Claudemira Alves da Silva colabora com o grupo esporadicamente. Ela gosta de se envolver nas atividades comunitárias porque faz parte da capela do bairro e aprendeu que, para ajudar a transformar a sociedade é preciso pôr a mão na massa. E na terra. “Temos que valorizar o que é nosso, principalmente o lugar onde a gente mora. E assim fui me envolvendo em trabalhos sociais. E eu gosto de hortaliças e coisasnaturais porque tive um problema intestinal e precisei fazer educação alimentar”, contou.
Continua depois da publicidade
Compostagem – Os responsáveis pela horta comunitária não gastam um centavo para fazer adubo. No local, por meio da técnica de compostagem que eles aprenderam no curso, produzem adubo orgânico. Restos de lixo orgânico de casa, como cascas de ovo e legumes, de peixe, sobras de comida e de folhas, são misturadas à terra e esterco. Ficam num cercado de madeira “descansando” por 15 dias. Após esta fase, passam para outro espaço e e ficam por mais duas semanas. Depois disso, o material é peneirado, dando origem ao adubo orgânico puro.
Solidariedade – Com as folhas de mandioca, foi possível produzir farinha para a multimistura, da Pastoral da Criança. As folhas secas foram trituradas, dando origem a meio quilo de farinha que contribuiu dando mais sabor e vitaminas às receitas. “Até as folhas do pé de cenoura a gente aproveita no arroz e na sopa”, conta Maria Alacoque.
Continua depois da publicidade