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O drama do mecânico Célio Pereira Delfino completa dois meses hoje. O morador de Mongaguá está internado no Hospital Santo Amaro desde 2 de dezembro de 2014, aguardando uma vaga para passar por uma angioplastia. Um problema no aparelho que faz o procedimento no Hospital Guilherme Álvaro (HGA) está emperrando o sistema da Central de Regulação de Oferta de Serviços em Saúde (CROSS).
A Reportagem do Diário do Litoral denunciou o problema há 10 dias e, até o fechamento desta edição, nada foi resolvido. Questionada, a Secretaria de Saúde do Estado, através do Departamento Regional de Saúde (DRS) de Santos, esclareceu que “o aparelho para realização de angioplastia do Hospital Guilherme Álvaro está em fase de manutenção e aquisição de peças, que deve ocorrer nos próximos dias”.
Enquanto o aparelho permanece sem funcionamento, o departamento explica que os pacientes que necessitam de procedimentos de angioplastia com colocação de stent “estão sendo encaminhados para o Hospital Beneficência Portuguesa, na Capital, para passarem pelos procedimentos”. O DRS explica também que “casos que não precisam de intervenção endovascular são encaminhados à Santa Casa de Santos”.
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Desespero
Delfino não aguenta mais. Em dois meses de espera em um hospital longe de sua casa, o mecânico apela. “Eu vou enlouquecer aqui. Não aguento mais. Estou sendo tratado, tomando remédio, mas estou passando muito nervoso vendo as pessoas morrerem aqui. Corro o risco de pegar uma infecção, não aguento mais. Alguém precisa fazer alguma coisa. Não é possível que eu e tantas outras pessoas fiquem dependentes de uma única máquina”, se despera.
O mecânico teve um mal súbito no ano passado em sua oficina e precisou passar por um cateterismo. “Primeiro fui encaminhado para o PS de Mongaguá, mas como lá não tem hospital, fui encaminhado para o Irmã Dulce, em Praia Grande. Lá, recebi todos os cuidados, mas esperei 20 dias até conseguir uma vaga para fazer cirurgia no Hospital Guilherme Álvaro, em Santos”, explica.
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Após a intervenção cirúrgica, quando o mecânico achou que já poderia voltar às suas atividades, ele teve outra surpresa. “Eu recebi alta do Guilherme Álvaro, mas o médico já tinha me informado que tinha uma veia entupida. Mesmo assim, fui para casa. Passou um tempo e eu comecei a passar mal novamente. Senti dores no peito e muita falta de ar. Voltei ao PS de Mongaguá, mas não tinha mais vaga nem no Irmã Dulce e nem no Guilherme Álvaro. Foi assim que vim parar no Hospital Santo Amaro, em Guarujá, único lugar que tinha vaga”, complementa.
Questionado sobre a situação do paciente, o DRS informou que Delfino permanece internado e está estável. “Porém é importante deixar claro que o caso do paciente é eletivo, ou seja, que pode ser programado. O DRS, como qualquer unidade de saúde pública ou particular, prioriza casos mais graves e urgentes”, justifica.
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