Cotidiano

Historiador pede valorização do samba

Marechal do Samba, J. Muniz Júnior relembra apogeu do ritmo

Publicado em 02/12/2014 às 10:59

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No Dia do Samba, comemorado hoje, o ritmo sofre com a falta de valorização. A constatação é do jornalista e historiador J. Muniz Júnior, o Marechal do Samba. Para ele, o samba convive com a falta de respeito pelas tradições.

“Hoje, o Carnaval não existe mais. O apogeu do samba também já foi. Os mais novos, que estão chegando no samba, não ligam mais para esse ritual que eu trouxe. As 21 batidas no surdo, tocar a “Aquarela do Brasil”. Eles acham isso besteira”, comentou o jornalista.

Um dos grandes nomes do samba na Baixada Santista, J. Muniz relembrou os tempos do auge do ritmo. “Tudo que era salão tinha orquestras retumbantes. Sábados tinham os shows, domingo tinha os desfiles com carros, show internacional. Segunda-feira tinham as escolas. Jogo de pernada no Monte Serrat, samba de gafieira e o Carnaval. O cara que era bamba, era bamba de pernada, de gafieira e Carnaval, como Daniel Feijoada, Dráuzio da Cruz”.

Para J. Muniz, o brasileiro acabou por valorizar a cultura norte-americana ao invés da própria. Com isso, o samba também foi preterido em relação a outros ritmos como o caso do rock e do pop.

“Desde a década de 50 há essa valorização da cultura americana. Veio o rock, esses ritmos. Hoje, não dão valor para o saci, mas gostam de festejar o Halloween. Vemos os sertanejos de hoje, que não são sertanejos, vestidos como cowboys norte-americanos. Até os pagodeiros que estão mais preocupados em ganhar dinheiro, ter avião. Aquilo não é samba”.

Para J. Muniz, samba sofre desvalorização desde a década de 50.  Reflexo é o esquecimento (Foto: Matheus Tagé/DL)

Cerimônia

Hoje será realizada a tradicional Alvorada do Samba, no Quilombo do Pai Felipe, que fica no pátio da CET, na Avenida Rangel Pestana, na Vila Mathias. O ritualista será o Cabo Mor do Samba, Jadir Muniz.

As festividades começam às 5h45, com o posicionar dos pavilhões e autoridades. Na sequência se dá o Toque da Alvorada, salva de fogos e entrada do ritualista, além das autoridades presentes. Com o fim desta etapa, se inicia a execução do Samba cívico, a “Aquera do Brasil”, de Ary Barroso. A cerimônia segue até o tradicional café com bolo para os participantes.

Em Praia Grande

Em Praia Grande, a Liga dos Blocos e Escolas de Samba de Praia Grande (Libesa) festeja o Dia Nacional do Samba também com uma alvorada. O evento ocorreu em frente ao Palácio das Artes, às 8 horas. 

A festividade reuniu integrantes da Corte Carnavalesca, ritmistas e passistas, além de representantes das 14 escolas de samba do Município e do Movimento Cultural e Social de Matrizes Africanas Afoxé Laroye Brasil, que compõem o Carnaval da Família de Praia Grande.

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